Na semana que a cantora Anitta chega ao marco da música mais ouvida no mundo, conheço F, recém-separado, por isso a música da artista cai super bem no cenário. Menos de cinco meses separado, um trauma, dois filhos e uma ex mulher que decidiu deixar todos para seguir um novo estilo de vida, segundo a versão do rapaz. E eu não podia me envolver, como canta a moça.
Naquela noite, eu estava cansada e dei a ideia de comermos uma pizza e uma coca cola em uma pracinha no Alto da Boa Vista. O parque da Boa Vista, que guarda e preserva uma das maiores florestas urbanas do mundo, ocupa grande parte de seu território. A beleza da floresta, bem como os grandes terrenos de que dispunha no passado, fizeram surgir ali amplas residências, grandes chácaras e suntuosas mansões, outrora das classes mais altas da sociedade, que, desde o século XIX, ocuparam a região, especialmente entre as décadas de 1960 e de 1970. A noite a temperatura cai, fica mais ameno, a pele gela. E olha que estava quente naquela noite, mas mesmo assim esfriou.
Conversamos bastante, quase três horas. Ele é um rapaz interessante. E parece bem pé no chão. Dizia que não queria namorar, mas não vejo esse cara muito tempo sozinho, ele carrega valores, além de simpático e educado. E um corpo de matar...
Eu, como canta a tal Anitta, aproveitei e segui para um motel com ele. Quarenta e cinco anos e com um corpo de quem pratica exercícios. Sabe aquele abdômen, cujo umbigo alcança a perfeição?! Não perdi tempo!
Na verdade, quando ele levantou a camisa de brincadeira, já mandei a letra né? Assim a tia não aguenta...
"Me diga como fazemos
Se você me quer e eu também quero você
Eu tenho vontade de comer você por um tempo
diga o que você vai fazer"
E fizemos!
E foi assim, eu muito cansada, dormia e acordava, me esfregando naquele corpo, que respondia automaticamente. F foi diferente dos demais, muitíssimo carinhoso, eu precisava um pouco daquelas mãos que me alisavam sem freios, repetiria por isso. Carência? Não sei responder, mas valeu a pena, isso que interessa.
O papo menos intelectual como os outros, mas um bate-papo leve, que também precisamos. F fez com que a noite seguisse com muita leveza, até mesmo enquanto dirigia. Gostei muito disso!
Não precisei me arrumar tanto, não fui para um bar cheio, para ouvir vozes de quem não conheço, foi como eu precisava, como deveria ter sido. E ele acolheu essa minha vontade com muita elegância. F gosta de cerveja, a noite estava quente, mas ele pareceu entender bem o que eu precisava. Saí de casa com o intento de voltar para dormir, mas acabei nua ao lado dele, e não me arrependi...
Na cama, antes de irmos embora, ele disse que não esperava estar preparado para uma noite como aquela, e isso fez bem a ele. Autoestima é tudo!