L era simpático, tarado e macumbeiro, ele fazia questão de mandar fotos vestido, com roupas do terreiro que frequentava. Ele usava as indumentárias para os cultos. Eu não entendia muito, mas achava divertido. De certa forma, me lembrava um folião.
Leo sumia e voltava, não dava para entender muito sobre ele. Se tinha alguém, se não tinha, sei que nossas agendas nunca combinavam!
Ele era interessante, ele trabalhava em uma importante instituição de engenheiros aqui no Rio. Sempre me tirava dúvidas sobre algumas coisas ligadas a profissão dele. Leo se auto sacaneava com a religião dele. Ele gostava de ser macumbeiro, eu achava aquilo incrível.
O conheci, mas de uma maneira não tão convencional.
Era uma quinta, eu acho, ele tinha me convidado para fazer algo, mas eu marquei de ver um espetáculo, era um texto de Ariano Suassuna. Como amo o romancista, nunca iria sair com alguém e deixar meu ídolo de lado.
Marquei com Fabiano e Shirlei para assistir à peça.
Ao chegarmos lá, encontrei com eles, sempre muito alegre os encontros. Sentamos e resolvemos tomar café. Ate que Shirlei disse que um homem me olhava muito. Eu não conseguia ver, teria que vir e ficaria em evidência que já teríamos notado. Mas segundo a minha amiga, ele não parava, disse também que o olhar era simpático.
O Fabiano também notou algo estranho, mas por eu ser do teatro, Fabi disse ele deveria estar me conhecendo de algum lugar.
Enfim, o primeiro sinal tocou, nos levantamos, até que o homem vem ao meu encontro, era ele! O macumbeiro da Barra, cheio de guias embaixo de um camisão Jeans.
Perguntei se ele gostaria de assistir ao espetáculo, mas disse que não.
A peça ia começar, despedi dele, não mais o vi.
O Leo era divertido, me convidou diversas vezes para algumas coisas, mas não entendia porque fugia tanto dele.
Espero que esteja bem, muito saravá para ele!