Fui vítima de violência doméstica no Estado do Espírito Santo. Não pude voltar para o Rio de imediato, quebrei o pilão da tíbia dias antes da covardia cometida pelo meu ex, eu não podia voar, o médico disse que uma trombose podia ocorrer. Pasmem, ele me bateu quando eu estava em uma cadeira de rodas...
Eu estava muito sozinha e entrei no aplicativo Par Perfeito, com a intensão de ver o tempo passar. Comecei a teclar com o A, um papo bom e inteligente.
O tempo passo, voltei para o Rio de Janeiro ainda na cadeira de rodas. Momento ruim, muita dor...
Continuei o contato com o A, nosso papo foi tomando outras formas e no carnaval daquele ano nos conhecemos, voltei a Vitória para passar os dias de folia com ele.
Não esquecerei, ele estava a minha espera no aeroporto, era bonito.
Eu naquele momento estava utilizando muletas, mas sai do aeroporto dem uma cadeira de rodas e assim nossos olhares se cruzaram, ele veio ao meu encontro, rindo com a alma.
Ele teve a paciência que eu precisava que tivesse, minha perna ainda estava imobilizada.
Saímos do aeroporto e paramos na praia, bebemos umas cervejas e fomos para casa dele. Um apartamento aconchegante e claro, o que gosto muito. Amo ambientes leves.
Comemos algo, tomei banho e deitei na cama dele, ele ligou o ar condicionado e desmaiamos, estávamos ansiosos com minha chegada.
No outro dia fomos até a Praia do Suá em Vitória, compramos um peixe e batatas, fiz um assado que ficou uma delícia.
A é um cara inteligente e o papo com ele fluía, tirando o ciúmes mútuo que pesava.
Conheci o filho dele, lindíssimo e simpático, foi uma tarde gostosa e um início de noite também.
Fomos a praia de Manguinhos, uma praia no norte do estado, cheias de pedras, mas linda!
A cama com A foi uma surpresa, não esperava aquele jeito de fazer sexo. Era gostoso, o contato físico com ele foi inesquecível, confesso que estaria com ele todas às vezes que me chamasse, mas o ciúmes...
Voltei a cidade, mais uma vez juntos, era gostoso nossos encontros. Ao chegar uma vez, me presenteou com um biquíni, lingeries e uma linda camisola de renda branca, tudo do tamanho certo. Ele parecia ter decorado o meu tamanho. A minha geografia!
Podem ter certeza que o tamanho dele, eu até hoje não esqueci.
Era tudo uma delícia, conheci o bar que ele sempre ia na minha ausência.
Ele sempre muito elegante comigo, a verdade é que A tinha muito bom gosto, se vestia muito bem. A comia tomate como comemos maçã.
Conheci alguns cafés do bairro que ele morava.
Quando eu ia ao encontro de A, aproveitava para ver minhas amigas do Espírito Santo. Isso era tão bom...
Ela às vezes estava nos jornais da cidade, ganhou prêmios, era um homem que adorava o que fazia. Era expert no ramo.
Lembro de A com devoção, eu atravessava um momento difícil quando ele chegou na minha vida, aliás, quando o trouxe e de certa maneira não saiu!
Welcome to my life, do Simple man é a música que me faz lembrar de A, porque era exatamente aquilo que eu sentia, em uma cadeira de rodas, sem andar e sem o cara que amei durante dezessete anos.
Do you ever feel like breaking down
Do you ever feel out of place
Like somehow you just don't belong
And no one understands you
A sempre estará aqui, dentro de mim, ele foi libertador, ele me fez sentir desejada quando eu estava ruída por dentro.
Da última vez que o vi, foi aqui no Rio, ele veio para a reunião regional da empresa que trabalhava. Ficou em um hotel e nos encontramos lá. Foi ótimo, mas terminamos ao nos despedir. O ciúmes foi decisivo nesse caso.
Ele era cuidadoso, lembro com carinho de tudo que vivenciamos juntos. Da última vez que falamos quase nos encontramos, mas o ciúmes...
A durante um tempo namorou uma mulher muito mais jovem que eu. Não nos falamos. Respeitei.
Ele está lá, sempre na dele, com uma elegância impar, ela o acompanha, é intrínseca, ele carrega algo que me pertence, uma raquete de tênis de madeira minuciosamente talhada, a rede é de palha, linda!
Ele foi tenista.
Eu não estou em A, mas A esta em mim...
E como ele parafraseou, eu adoro tudo isso!
#elefoimeuremédio
