Foi simplesmente quase dois anos trocando, trocando palavras e apurando a merda da escuta.
Ele era estranho, estranho na foto também, mas senti que ele precisava conversar.
Marcamos algumas vezes de sair, mas ele não me impulsionava a levar até o fim a ideia do nosso encontro, ele sumia e eu também.
Um dia ele resolveu me conhecer. Era um sábado a noite. Ele era meu vizinho.
Marcamos de comer uma pizza e degustar um vinho.
A pizza era boa, o vinho uma merda. Era um sul-africano, existem vinhos ótimos do continente, basta perguntar a quem entende qual deles é bom, o que pelo visto não foi o caso. Não suporto vinho Demi-sec. O aroma era muito frutado, eu não curto e ele grosseiramente não questionou.
Mas bebi.
Ele não era feio, ao contrário, os olhos lindos e um corpo perfeito, o cara naquele dia correu quase dezoito quilômetros.
Também malhava, tinha olhos claros, penso que verde.
Ele era judeu, o perguntei sobre, ele disse que sim, na pequena biblioteca tinha muitos demais judeus.Ele é funcionário de uma estatal, nunca foi casado, mas ele não tem borogodó, impossível alguém desejar.
Assistimos filme, ele pôs os braços ao redor do meu corpo, ficou empolgado.
Acabei transando, tá no inferno, por que não abraçar o diabo?
Que tristeza..!
Eu queria ter visto mais, mas não vi...
Fico a meditar, porque esses caras se julgam tão perfeitos, se nem pau tem!
Aff