eu gosto da sua companhia

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Hoje marcamos de ir almoçar juntos no restaurante da mãe de Chenle quando saíssemos da escola, e o melhor de tudo, Mark também vai! No aspecto geral, ele e Renjun estão bem amigos. Não tão próximos, mas são amigos. Fico feliz que o chinês, depois de três meses, tenha finalmente simpatizado com o Lee. Daqui a pouco já vai colocá-lo no nosso grupo do kakao, aposto.

Estamos caminhando em direção ao restaurante que fica à umas duas quadras daqui. Dessa vez, eu e Mark estamos indo na frente e o resto de nossos amigos estão vindo não muito atrás de nós. No airpod que compartilho com o canadense, dedilha-se uma música bobinha de amor que, parando para pensar, já deve ser bem a quinta desse gênero. Creio que não prestei muita atenção na música que tocava por estar totalmente focado na brincadeirinha de dar passos iguais, na qual Mark começou.

No início, precisou segurar a minha mão umas duas vezes pois meus passos eram consideravelmente maiores que os seus e eu não conseguia parar de rir dele. Até ouvi algum de nossos amigos nos chamando de fofos, mas fingi que nem escutei porquê aqui estava tão legal que não quis deixar de brincar com Mark.

— Ei, se vocês forem ficar de brincadeira de criança, me deixa passar na frente pelo menos! — Renjun começa a reclamar, então começamos a andar como pessoas normais de novo. — Ah, me poupe. Passem essa vergonha sozinhos porquê eu não tô a fim.

Tanto eu quanto o Lee mais velho acabamos por rir de tudo isso que Renjun falou. Assim que chegamos no restaurante, nos sentamos numa mesa pouco afastada das demais enquanto esperávamos Chenle confirmar os pedidos com alguns dos garçons que afirmou conhecer desde pequeno. Perguntei se isso tinha sido ontem, porquê ele ainda é pequeno, então ele atinge-me o braço com os punhos cerrados e, honestamente, doeu.

Acho que nem foi tão engraçado assim, mas Mark e Jeno ainda estão rindo enquanto meu braço ainda dói. Ficamos conversando sobre algumas coisas aleatórias, até que Renjun nos pede para ficarmos todos mais próximos para uma foto que ele tiraria.
Nós ficamos todos amontoados aqui, Mark pousa a cabeça sobre meu ombro e eu recosto a minha sobre a sua numa posição fofa enquanto Jeno quase me cobre inteiro com a pose que faz com a mão.

— Hyuckie, será que ele me corta da foto? — de início, não entendo o objetivo da pergunta, então encaro-o com uma expressão confusa. — Ele pode não ir muito com a minha cara, ainda.

— Que nada, Mark — a pergunta recém entedida me faz rir de sua futilidade.

Detalhe que Mark é o mais velho entre todos nós, mas tem medo de Renjun não gostar dele. Pensar muito nisso me faz rir. Eu rio porque Mark é muito bobinho. Digo, ele é bobinho por causa de seu jeito de pensar que algum de nós não gostaria dele. Sério, como alguém poderia não gostar desse canadense cristão e bobinho? Ele é um dos melhores amigos que já fiz.

Conversa vai e conversa vem, a comida chega e nós fazemos barulho de tanta felicidade. O garçom ri baixo do nosso jeito caótico e deixa a mesa assim que o agradecemos. Brevemente fazemos um brinde em comemoração à nada, apenas erguemos os copos repletos de refrigerante ao alto e se faz presente o barulho de todos eles se chocando.

— Chenle deveria ser mais humilde e nos trazer aqui outras vezes... — Renjun comenta com um falso olhar inocente direcionado ao Zhong.

— Vocês não são dignos! — exclama com tanta certeza que faz mais uma onda de barulhos caóticos se formarem ao redor da mesa.

Quando olho para o lado de soslaio, vejo Mark com um sorrisinho tímido e meigo no rosto, acho que ainda reagindo aos comentários anteriores dos chineses. Também reparo que ele se serviu com pouca comida e isso me deixa levemente bravo. Raramente vejo Mark comendo alguma coisa, nem que seja só um lanchinho. Isso me deixa meio preocupado.

— Markie? — chamo de maneira fofa aquele que está um tanto distraído.

— Hm?

— Coma mais um pouco. Vou pegar mais um pouquinho para você.

Lhe sirvo com um pouquinho mais de bulgogi e ele nem reclama nem pede por mais, então acho que está tudo bem. Depois de vê-lo com as bochechas cheinhas, lhe faço um carinho na nuca que, talvez por minhas mãos estarem um pouco gélidas, lhe deixa com arrepios. Me agradece com um baixo tom de voz, muito fofo, por sinal.  Também volto a comer o que faltava de meu almoço, assim como meus amigos. Está realmente tão bom que queria poder ter repetido mais uma duas vezes, se ainda aguentasse comer mais alguma coisa.

Antes de irmos embora para casa, conseguimos encontrar a mãe de Chenle para agradecer por toda a refeição. Zhong diz que irá ficar por aqui, então nos despedimos de si e seguimos para nossas casas.

— Af, estou de vela... — Renjun comenta e Jisung se junta a si num abraço desengonçado.

Jaemin e Jeno andam à frente, de mãos unidas. Mark me olha com um sorrisinho travesso no rosto após a frase dita por Renjun. Eu apenas reviro os olhos, porquê ele é meu amigo e não estamos fazendo ninguém de vela, não.
Amigos também se beijam, né? Espero que sim. Huang e Park se separam de nós para fazerem seu trajeto até em casa, então nos despedimos com acenos de mãos.

— Eu gosto mais de andar contigo, sabia? — Lee fala e eu não entendo muito bem de primeira, mas ele logo volta a explicar. — Tipo, eu gosto da sua companhia.

Não vou negar que quis abraçá-lo por um tempão só por ser assim, tão fofo. Mas não faço questão de esconder o meu sorriso alegre em resposta ao que Mark disse. Devo estar sorrindo igual um bobinho.

— Vou deixar vocês namorarem sozinhos agora — de repente, é o que Jaemin me diz. — Estou indo para casa com Jeno. Até amanhã, amor.

Me deixa um abraço e um beijinho na bochecha enquanto Jeno se despede de Mark com um toque de mão inventado por eles. É tão elaborado que me deixa até boquiaberto. Eu e o canadense seguimos caminhando até chegar em minha casa, onde me viro para si e me despeço. Porém, me segura pelo ombro e num sussurro pede por um abraço. Sorrio pelo jeito que pediu como se fosse só para eu ouvir, como se alguém mais pudesse nos escutar.

— Até amanhã, solzinho...

Me permito deixar um beijinho rápido na sua bochecha, só pra demonstrar carinho mesmo. O jeito que esse gesto causa impacto nele é muito fofo. Pude perceber pelo tom róseo adquirido por suas bochechas. Mark é fofinho demais. Ele parece uma criança, um bebê. Acho que é por isso que gosto tanto dele. Porque ele me passa uma sensação de que precisa de cuidados, pois ele não sabe se cuidar sozinho. Mas eu estou disposto a cuidar de si como se fosse meu bebê.

Colors ៚ Markhyuck (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora