eu não quis te incomodar com meus problemas

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Amanhã é nosso último dia de aula antes das férias de fim de ano. Eu estaria ansioso agora se não tivesse acontecido tudo isso. Fazem dois dias que não falo com ele, foram os dois primeiros dias de uma de mais uma das fases ruins da minha vida. Não fui para a escola hoje porquê amanheceu chovendo e eu não estava nem um pouco a fim de ir naquela chuva porquê com certeza ia acabar me molhando e ficando com frio na escola. Portanto, fiquei em casa fazendo nada, porquê não têm mais atividades da escola e as que ainda têm, não são necessárias. Digo, estou praticamente de férias, por quê eu faria atividade?

Para falar a verdade, por mim eu já não iria mais à escola esse ano. Não estou com a mínima vontade. Na real, hoje não estou motivado à fazer absolutamente nada. Nem cozinhar, nem cantar, nem mesmo mexer nas redes sociais. Não quero fazer nada disso. Por mim, hoje eu poderia passar o dia inteiro deitado, sem fazer nada. Fazia tempo que eu não me sentia assim. Estou negando com todas as minhas forças que estou me sentindo assim por causa dele, mas talvez realmente seja por isso. Ontem foi, sem dúvida, um dos dias mais difíceis para mim. Eu o via com outros amigos, ele sequer olhava para mim. Vez ou outra nossos olhares se encontravam, mas ele desviava e voltava a sorrir como se nada tivesse acontecido.

Fico pensando nisso enquanto arrumo meu quarto. Tem muitas coisas na minha bancada, preciso dar um jeito de guardar tudo nas gavetas. A maioria das coisas são livros e cadernos, além dos meus materiais da escola, sendo muitos deles apenas marca-textos. Eu paraliso por alguns segundos quando encontro algo que mal lembrava que ainda tinha. É uma polaroid minha e dele, que tiramos juntos em sua casa há muito tempo atrás. Ainda estávamos no início da relação, tínhamos acabado de começar a ficar. Que momento. Ainda encarando a fotografia, me pergunto quanto tempo vai durar esse nosso tempo. Honestamente, isso é o que mais tenho me perguntado ultimamente. Nós estamos separados? Nós terminamos? Nós vamos voltar? Quando nós vamos voltar? Não consigo parar de pensar nisso.

A campainha está tocando lá fora. Não sei quem é, porquê não estou esperando ninguém e está muito cedo para a mamãe chegar do trabalho. Ouço o som se repetir mais de uma vez, parece até que é uma criança tocando. Desço as escadas correndo na força do ódio, puto da vida. Quando chego na saída de casa, vejo no portão da garagem teu cabelo esvoaçante, agitado com o vento. Sorrio ao ver-te. Ter sua companhia num momento como esse é bom demais.

— Bora, que tá frio aqui fora — ele reclama, dando baixos pulos para se esquentar.

— Entra logo — dou espaço para que entre, me afastando da porta.

— Resolveu viver sua vida de vagabundo hoje, foi? — Jaemin me abraça pelos ombros, apertando meu corpo contra o seu.

— É, cansei daquela escola. Você já almoçou, Minnie?

— Não. Literalmente, fui em casa depois da escola só trocar de roupa e vim direto pra cá — tiramos os calçados juntos, deixando-os no tapete da porta.

— Então vamos almoçar juntos.

Acho engraçado o jeito que andamos abraçados pela casa inteira, até chegarmos na cozinha e eu me separar para pegar tudo o que usarei para cozinhar.

— Mark hyung fica triste quando você não está. É ruim ver ele triste, não tem ninguém que substitua a risada engraçada dele — Jae diz. Posso sentir seu sorriso só pelo seu tom de voz.
— Que foi? Por quê tá com essa cara tristonha?

Eu não respondo, apenas continuo cortando os vegetais e fingindo que não ouvi. Jaemin me abraça por trás, repousando o queixo no meu ombro.

— Você sabe que pode me contar tudo o que quiser, Channie... Se tiver algo te incomodando, me diga. Vou fazer o que puder pra te ajudar.

Colors ៚ Markhyuck (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora