eu vou guardar isso pra sempre

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— Mark, larga meu celular — peço choroso. — É sério, não vê isso!

— Mas você era tão fofinho — estica o braço para o alto e continua vendo minhas fotos de quando era bebê.
— Vou enviar essas aqui para mim.

— Não! Por favor, não faz isso — desisto de arrancar o aparelho de suas mãos, então apenas me dou por vencido e fico vendo as fotos e os vídeos junto com ele.

— Eu vou guardar isso pra sempre! Ai, Haechan, olha como você era fofinho — me mostra uma das fotos onde estou vestindo um colete e uma outra boia. — Aí você cresceu e virou esse trambolho que está hoje.

— Ei, trambolho é você — finalmente consigo retirar meu celular de suas mãos, mas agora ele já até recebeu as fotos e tirou print de cada uma para não perdê-las mesmo se eu apagar as mensagens.

Confiro mais uma vez quais fotos ele roubou, mas percebo também que Mark enviou um vídeo curto para o celular dele. No mesmo segundo que abro o arquivo do vídeo, me lembro do dia que foi gravado. Meu Deus, eu ainda recordo de tudo exatamente.

— Esse foi o dia em que inventei meu apelido. Saí pedindo para todo mundo me chamar de Haechan — cubro a boca com as mãos.

— Você era um amor — me dá um beijo na bochecha.

— Eu ainda sou.

— É? — me olha duvidoso.

— Você tá dizendo que eu não sou?

— Não, mas é que... Sabe...

Eu quero cair na porrada com ele. Lhe dou uma chave de braço e trago seu tronco para mais perto do meu. Por sorte, não há ninguém aqui na quadra hoje, então posso bater nele o tanto que eu quiser e ninguém vai me taxar de doido.

— Vou imprimir aquela foto que você tá vestido com boias e vou colocar na capa do meu celular — diz ao deitar a cabeça no meu ombro.

— Eu me lasquei. Agora um monte de gente vai ver a minha foto de bebê, que ódio.

— Na real, eu também gostei muito daquela que você estava segurando a Maggie no colo. Estou em dúvida de qual devo imprimir.

— Simples, não imprime nenhuma — sorrio sarcástico após apresentar a solução, mas Mark só revira os olhos.

— Eu já te mostrei a minha foto segurando um sapinho?

— Não? — respondo sem nem saber se foi uma pergunta ou afirmação. — Eu nem sabia que você já teve um sapo.

— Eu já tive muitos bichos. Já tive o sapo chamado Froggie, um carneiro chamado Mike, um porquinho chamado Luckie e um cachorro chamado... Hm... Esqueci o nome do cachorro. Na verdade, acho que troquei o nome do carneiro com o porquinho...

— Tá, mas como diabos você criou um carneiro e um porco em casa?

— Bom, não foi exatamente na minha casa. Meu avô tinha uma fazenda e ele me deu alguns bichinhos. Mas aquilo tudo me fez muito mal...

— Como assim? — junto as sobrancelhas.

— Bom, primeiro que o cachorro morreu da doença do carrapato. Depois, o carneiro e o porquinho viraram churrasco para o aniversário do meu pai.

— Caramba, Mark! Não fala assim deles, coitados.

— Mas é a verdade — Lee dá de ombros. — Pois é, aí só me restou o pobre sapinho. Eu acho que passei um ano e meio com ele, quase dois. Foi bastante tempo, até. Mas houve um dia em que eu, sem querer, deixei ele escapar e ele foi pulando até chegar no terreno que eu não podia entrar.

Colors ៚ Markhyuck (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora