Colors ៚ Markhyuck (Hiatus)

eu não sei onde errei

Estou achando que hoje Mark tirou o dia pra fazer gracinha. Ele está tão engraçado que quero perguntar se enfiou um circo repleto de palhaços no meio da bunda. Ele tá insuportável. Eu só queria mesmo era enfiar um lápis na garganta dele pra ver se ele cala essa boca. Esse insuportável não aquieta um minuto. Até cantadas inapropriados Lee já me deu.

Agora estou esperando a professora chamar meu nome para que eu possa receber de volta minha redação que fiz como nota complementar, caso tirasse menos do que a média. Mark está nervoso, coitado, está com medo de virem mais erros do que acertos. As coisas que ele tá falando estão me fazendo rir demais. Ele está tremendo, mas não perde a graça. Está com medo mesmo sem ter recebido a redação. Houve uma vez que lhe contei o que essa mesma professora tinha feito com um aluno japonês ano passado, desde então ele nunca mais esqueceu.

— Já pensou se ela me manda ler um dicionário inteiro em coreano? Caraca, seria a maior vergonha de toda a minha vida — passa as mãos pelos cabelos.

— Não tem problema se você errar, porquê aí eu te darei um livro daqueles de caligrafia que as crianças usam quando estão aprendendo a escrever.

— Cala essa boca, Haechan — revira os olhos e eu rio dele.

A professora chama seu nome e ele levanta com o maior nervosismo do mundo. Quando retorna, arregala os olhos enquanto parece analisar o próprio texto. Se senta novamente em seu lugar para terminar de ler a redação enquanto eu morro de curiosidade. Oferece a folha para mim e eu vejo que ele perdeu só três décimos. Brevemente vou ver o que houve.

— O quê foi que eu errei nessa merda?

— Bom... Você escreveu "cidadões" — seguro a risada. — Você escreveu "dês de" separado e "de mais" separado também.

— Ué, mas então é junto?

— Sim, meu bem. Ah, e o "dês" na verdade é o do verbo "dar".

— Então, Hyuck, espero que tu me dês de presente no meu aniversário.

— Te dar o quê?

— Você sabe... — sorri malicioso e desce o olhar no meu corpo.

— Valei-me, Mark, você não era da igreja?

— Sou da igreja, mas não sou o padre e muito menos algum santo — ergue uma sobrancelha. — Sou apenas um mero pecador, se é que você me entende.

— Credo, dá uma sugada aqui, então.

— Se você me desse uma chance, Haechan, eu aceitaria...

Fico encarando-o por alguns longos segundos mas ambos caímos na gargalhada. Meu Deus, perdoe essa criança, ele não sabe o que fala. Ele não sabe o peso dessas piadinhas da quinta série, Deus. O pior é que ele passou o dia fazendo essas gracinhas pro meu lado. Por isso digo que ele está insuportável e eu estou prestes a empurrá-lo da escada, mas todos sabem que estou brincando quando digo isso. O máximo que eu faço é ficar sem ar de tanto rir das palhaçadas e das piadas ácidas que faz. Ele é um completo idiota.

Estamos indo embora para casa e eu já estou pensando no que irei fazer para o almoço. Acho que vou fazer pouca coisa hoje, pois estou cansado e com preguiça. Está quente aqui fora e eu só quero sentar na frente de um ventilador. Chego na porta de casa e seguro o pulso do Lee para que entre comigo. Eu nem pergunto mais se ele quer almoçar comigo ou não, apenas lhe trago comigo e ele nem reclama. Só me deixa agoniado porquê quer me beijar enquanto estou cozinhando.

— Meu bem, você prefere bulgogi com legumes ou só a carne pura? — pergunto ao Mark, que está sentado na bancada da cozinha.

— Só a carne. Bulgogi é feito para comer só a carne pura e quem concorda, respira.