Mark me convidou para ir numa cafeteria agora nesse fim de tarde, para aproveitar o pouco tempo que resta para passarmos juntos antes de ficarmos totalmente presos nos estudos, com a cara enfiada no livro vinte e quatro horas por dia.
— Já estou vendo que será cansativo — comenta sobre o período avaliativo que virou o tema do assunto entre nós.
— Demais. São umas duas provas por dia durante quatro dias — lamento com um suspiro.
Serão apenas oito provas, porque as outras duas matérias serão apenas para fazer trabalhos não muito grandes. Isso sempre acaba desregulando meu sono, pois durmo mais tarde, acordo mais cedo e nem tiro um cochilo durante o finalzinho da tarde. Lee me guia oralmente durante o caminho, dizendo que já podemos ver a placa da cafeteria frequentada por ele ao fim da rua. Achei legal que ela fica bem no meio das nossas casas, uma rua depois da minha e uma rua antes da casa dele.
Também me pediu para que eu fosse ficar um tempinho com ele antes de voltar para casa, porque é sempre ele que vai na minha e eu nunca vou vê-lo em sua casa como ele faz comigo. Resmunga que não sei ser recíproco e fazer visitas à ele da mesma maneira que ele faz para mim, mas isso me faz rir. Não sei se é errado rir disso, mas eu já parei. Agora que posso ver a cafeteria de longe, percebo o quanto é bonito lá dentro. Já está quase de noite, então as luzes de fora também estão acesas.
Perguntei à ele quanto de dinheiro mais ou menos precisarei lhe pagar, mas ele diz para discutirmos isso depois porquê agora ele vai pagar com o cartão dele. Sim, ele possui um cartão. Eu estou impressionado. Ainda não estou acreditando que estou ficando com um canadense burguesinho que possui seu próprio cartão. Nossa, fiquei até sem palavras.
— Markie, posso pedir waffles? Com geleia de frutas vermelhas? — peço um tanto empolgado, porquê parece ser muito bom.
— Pode, amor.
— Me chame de bemzinho — faço bico e junto as sobrancelhas fingindo estar bravo, mas ele sequer tira os olhos do cardápio para olhar para mim.
— Por que?
— Porque todo mundo que namora se chama de amor e eu quero ser diferente.
— Você acabou de admitir que a gente namora e nem percebeu — agora, posso ouvir sua risada anasalada mas não posso ver-lhe o sorriso tampado pela aba do boné.
— Mas eu não falei isso... Não era exatamente isso que eu queria dizer. Eu quis dizer que, tipo... Ah, sei lá, que ódio.
Desencosto os cotovelos de cima da mesa e me escoro no banco, ficando de braços cruzados e uma cara emburrada. Ele sabe que não era exatamente aquilo que eu havia dito, que ódio. Sinto mais raiva ainda porque realmente o que falei deu a entender que ele é meu namorado. Não que ele não seja, né. Ele meio que é, ao mesmo tempo que não é. Ah, eu desisto, é impossível de explicar. Prefiro ficar nisso aí mesmo do que tentar achar uma maneira de descrever o que ele é para mim. Ele significa muito, disso eu tenho certeza.
Faz o pedido á garçonete com exatamente tudo igual ao meu, os waffles e um capuccino. Se muda para o mesmo lado do banco que eu, pois queria tirar uma foto da paisagem lá fora para postar em seu Instagram e meu lado do banco tem uma visão melhor. Estranho a foto de perfil da conta, porque não era essa que estava da última vez que reparei. Ele me explica que é porque possui duas contas, a principal - onde posta fotos sérias - e uma pessoal - na qual publica fotos de paisagens e coisas assim -, então concluo que só sigo a principal.
— Você tá muito sério com esse boné. Não consigo nem te dar um beijo, olha — encosto minha testa na aba do boné dele só para encrencar.
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Colors ៚ Markhyuck (Hiatus)
FanfictionOnde Donghyuck é um garoto colorido e alegre, dono de um mundo cheio de cores diferentes. Mas apenas com um deslize de Mark, seu mundo parece perder toda a coloração, ficando apenas em tons de preto e branco. Markhyuck longfic.