eu dirijo direitinho

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Hoje é uma tarde quente e entediante de segunda-feira, mais um dia que não tenho nada para fazer porquê minha ansiedade me obriga a fazer as atividades no dia que são passadas e depois eu fico totalmente desocupado. Hoje tá calor pra cacete e eu ainda não consegui desgrudar da minha cama, muito menos tomar coragem pra levantar daqui e ir fazer alguma coisa. Me sinto como um vagabundo largado que passa o dia deitado ja frente do ventilador.

Depois de ter ficado na casa do Mark na sexta, não o vi durante todo o fim de semana. Não aconteceu nada demais entre nós, é só que nossos horários de disponibilidade se desencontraram totalmente e isso não deixou que nos víssemos. Na real, ele esteve ocupado no sábado e no domingo. No sábado, perguntei se ele estava livre e ele disse que não, que ia sair com uns amigos à noite e que tinha atividades para fazer durante a manhã e tarde. No domingo, perguntei se estava ocupado de novo e ele disse que sim, fazendo tarefas domésticas.

Confesso que fiquei um pouquinho coisado com isso. Bom, nós estamos sempre juntos e é super estranho quando passamos dois dias ou mais sem nos ver. Eu acho que estou me apegando demais à ele. Sei que eu deveria ser menos dependente da presença dele, eu sei. Mas é que fiquei acostumado à tê-lo sempre comigo, na minha cama, no sofá da sala ou me ajudando a fazer alguma coisa na cozinha. Eu não deveria ser tão obcecado com a sua presença, mas isso aconteceu e agora eu sinto que talvez precise me desapegar um pouco. Sabe, talvez eu seja só muito doido, mas eu morro de medo que, um dia, ele comece a se afastar de mim e quando eu me der conta, ele já não estará mais comigo. Sei lá, eu tenho essas paranoias de vez em quando.

Meu celular está tocando, e eu preguiçosamente desenterro o aparelho que deixei embolado ao meio das cobertas. Vejo seu nome que salvei com um emoji de lua na tela quente e isso me faz abrir um mínimo sorriso.

Oi, vida — ele parece animado.

— Oi, pitelzinho...

Tu tá em casa agora?

Tô. Por quê?

Vou passar aí pra te ver, .

Me despeço brevemente dele e desligo a ligação logo em seguida. Deixo o celular no travesseiro ao meu lado novamente, e fico olhando para a televisão que mostra o jogo que eu estava brincando. Eu estava jogando GTA, mas fiquei entediado. Fico encarando um ponto fixo e aleatório, sem saber muito o que pensar. Hoje eu tô estranho que só. Não sei o quê tá acontecendo, mas sinto que estou esquisito. Sei lá, acho que é só falta do que fazer. Desço até a cozinha para beber água, mas o som da campainha tocando me impede de fazer isso. Monto um sorriso no rosto desde já para recebê-lo, que retribui com um ainda mais bonito.

— Oi, solzinho.

— Entra, bem — me afasto ao lhe dar espaço suficiente para entrar.

Antes de subirmos para o meu quarto como sempre fazemos, opto por ir logo beber água antes que esqueça e fique com preguiça de voltar aqui de novo. Mark ficou me esperando aqui no meu quarto e não há outra reação que eu poderia ter que não fosse ficar todo boiola. Sério, ele estava sentado na cama, abraçado aos próprios joelhos enquanto olhava para a televisão. Ele é um amor de pessoa, que ódio. Amor da minha vida, que ódio.

— Eu posso jogar também? — ele faz um biquinho e uma voz manhosa, além de esticar as pernas sobre a cama.

— Pode, vida, eu nem tava mais jogando mesmo — lhe entrego o controle. — Aproveita e arranja uma grana aí pra mim que eu digo se esperava ou não.

— Acho que vou conseguir dinheiro num assalto, porquê sou péssimo nas missões diárias - repentinamente, ele separa as pernas e bate no espaço entre suas coxas. - Senta aqui. Quero jogar e ficar de dengo ao mesmo tempo.

Colors ៚ Markhyuck (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora