Colors ៚ Markhyuck (Hiatus)

eu vou estudar

Eu falei para mim mesmo ontem que ia começar a estudar hoje e cá estou eu cumprindo minha promessa. Raramente faço as coisas que prometo a mim mesmo, então posso considerar que isso é um milagre. Falta uma semana para o período avaliativo e eu normalmente começo a estudar quatro ou três dias antes, mas dessa vez decidi começar a estudar mais cedo porquê tem trabalhos para fazer.

Que eu me lembre, há um relatório de química, um resumo de biologia e outro trabalho de matemática que não me lembro muito bem o que era para fazer. Começo pelo de química, que precisa só fazer uma pesquisa sobre uns assuntos e tacar tópicos inúteis no caderno. Eu acho isso um saco, sério mesmo. Primeiro dou uma lida em toda a matéria que pesquisei, para depois anotar as partes importantes. Escuto meu celular tocando lá na cama, avisando que chegaram mensagens, mas deixo para responder só depois.

Espero que a professora não ligue caso eu anote apenas pouco mais da metade dos tópicos que tem aqui na Internet. Vou fazer o resumo do resumo, dane-se. Agora que terminei o de química, releio as instruções passadas para fazer o trabalho de biologia, pois também já havia esquecido como era pra fazer. Reviro os olhos quando vejo que precisa de introdução, objetivo, desenvolvimento, conclusão e ainda tem que fazer um desenho. Que ódio. Meu telefone tá tocando agora. Quanta raiva.

— Mas que caralho... — resmungo antes de pegar o telefone, mas sorrio e faço voz fofa para responder aquele que me liga. — Oi, Markie.

— Bom dia, babe. O que você está fazendo? Te mandei umas mensagens hoje mais cedo mas você nem respondeu.

— Eu estava fazendo os trabalhos de química, biologia e matemática. Você já fez?

— Só o de química e matemática. Não sei nem o que é pra fazer no de biologia.

— Ora, pra falar de planta, né?! Já viu trabalho de biologia que não seja pra falar de planta?

— Verdade, você está certo... — faz uma pausa e posso ouvir o barulho de algo caindo no fundo. — Você dormiu bem?

— Uhum. O que você está fazendo? Tô ouvindo uns barulhos estranhos.

— Vou fazer meu almoço.

— Posso perguntar o que você vai cozinhar?

— Vou fazer lamen porquê é mais prático e eu gosto de coisas fáceis. Exceto você, você é bem difícil.

— Não sou difícil, só não sou oferecido como as outras pessoas normalmente são — rio enquanto arrumo a bagunça que fiz na bancada, esperando sua próxima resposta.

— Mas tudo bem, eu gosto de você mesmo assim... — parece rir de si mesmo por um tempo, mas logo depois posso ouvir sua voz ao longe. — Meu bem, eu vou desligar, tá? É provável que eu fique o dia inteiro aqui falando com você e esqueça de comer.

— Até logo, bemzinho.

— Ah, não se esqueça de ir almoçar também. Beijos, amo você.

— Eu também — desligo a chamada.

Eu gostaria de chamá-lo para vir almoçar comigo todos os dias. Gostaria porquê sei que eu conseguiria convencê-lo a não ficar apenas para o almoço e passar umas horinhas aqui comigo. Ele não é difícil, assim como disse que eu sou. Ele é facinho de se ganhar e amar. Com um beijo meu ele já fica todo bobo e sorridente. Eu gosto tanto disso nele. Às vezes, penso se é um defeito meu ser difícil e de vez em quando, um pouco frio. Estou mudando, em breve terei superado meu antigo jeito de pensar e não agirei mais assim.

Fico pensando nisso de vez em quando, enquanto escrevo coisas no resumo que ainda não entraram na minha cabeça porque Mark e seus carinhos não querem sair dos meus pensamentos. Quero me livrar desse monte de perguntas que aparecem na minha mente, mas não consigo. Que raiva. Vou fazendo aqui minhas anotações que só eu entendo e que para as outras pessoas pode ser super estranho, e tá tudo bem. O trabalho é meu mesmo, então vou fazer como eu quiser.

Após terminar biologia e química, resolvi tirar um tempinho dos estudos. Apenas um break dos trabalhos. Está quase na hora do almoço e eu sei disso porquê estou sentindo o cheirinho de comida que mamãe está fazendo. Me deito na cama para fazer uma pausa dramática enquanto passo as mãos pelo cabelo, suspiro fundo e reclamo da vida fingindo desespero. Pego meu celular para ver as mensagens anteriormente recebidas, então rio quando vejo que a maioria delas são do Mark.

markie🌙: oi amô
markie🌙:bom dia. como vc tá?
markie🌙:já comeu alguma coisa?
markie🌙: você ta fazendo oq pra ficar sumido assim?
markie🌙: quando vc ler isso aqui, manda um nude
markie🌙: caso vc não saiba, nude quer dizer foto engraçada
markie🌙: bj, te mamo
markie🌙: te amo* foi mal, esse corretor é uma merda

Fico rindo horrores porquê não consigo levar ele a sério em situação nenhuma. Eu tento colocar na minha cabeça que ele é um adolescente de dezessete anos super maduro, mas ele vai lá e manda uma mensagem dessas. Mark Lee não existe, cara. Lhe envio uma mensagem dizendo que odeio ele porque não consigo parar de rir. Minha barriga tá doendo, mas eu não consigo parar.

Quando penso que já acabou a risada, acabo rindo de novo porquê ele manda uma foto zoada. Nossa, eu odeio o Mark. Odeio com todas as minhas forças. Ele é engraçado sem nem se esforçar. Lhe mandei uma foto bem zoada minha, onde dá pra ver meu queixo duplo, sorriso e narinas bem de perto, porquê aproximei a câmera do meu rosto. Ele responde dizendo que até assim eu sou lindo, então peço-lhe para que não minta para mim. Agora é a vez dele de mandar uma foto, que por sinal está tão zoada quanto à minha. Volto as mensagens para ver quanto tempo lhe deixei no vácuo, mas o jeito que ele me chamou me deixou meio coisado.

Não que eu não tenha gostado. Eu adorei. Mas é que a palavra amor hoje em dia é insignificante. Qualquer pessoa pode chamar alguém assim. Lhe chamo de bemzinho porquê ele não é qualquer pessoa. Eu menti. Menti por muito tempo. Menti para mim, para ele, para meus amigos. Menti quando ousei dizer que Mark Lee era só meu amigo. Hoje em dia dou risada só de pensar nisso. Sempre esteve óbvio que ele nunca fora só meu amigo. Valei-me, eu sou patético.