eu queria poder vir aqui todos os dias

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Mark se enfiou naquele closet já faz uns quinze minutos, e olha que ele disse que ia pegar só uma roupinha simples para ir naquele parque. Ele enfiou naquele cabeção que precisa ir de preto para combinar comigo, já que estou usando branco. Não é possível que só eu ache isso de combinar roupa de casal uma coisa muito brega. Nem falei nada para ele, ainda me lembro do jeito que ele me esculhambou da última vez. "Não, Haechan, mas você acha tudo que eu faço brega. Eu não posso fazer nada que você já diz que é brega", foram algumas das coisas que ele me disse naquele dia. Na real, fiquei ouvindo sermão por uns cinco minutos, sem falar absolutamente nada. Então pronto, vou apenas deixá-lo ser brega em paz.

— Bebê, você não está indo num desfile de moda da Chanel em Paris, é só um passeio no parque — tento não reclamar num tom muito chato. — É simples, só veste uma calça e uma blusa qualquer e vamos.

— Então eu vou assim mesmo — ele finalmente sai do closet. Está usando uma camiseta branca e uma calça jogger.

— Você tá lindo — me levanto da cama, me posicionando atrás dele, que ainda arruma os fios em frente ao espelho.

Enquanto ele arruma a franja, brinco de dar cheirinhos na sua nuca, agarrado à sua cintura. Vejo sua pele arrepiada, brinco de dar beijinhos na curvatura do seu pescoço. Ele afasta minhas mãos de sua cintura por um instante, apenas para se virar de frente para mim. Eu gosto tanto de sentir as mãos dele aquecendo meu pescoço que me sinto incontáveis vezes mais vivo quando sou tocado assim. Não consigo evitar o sorriso quando ele aperta minhas bochechas e me dá selinhos rápidos e estalados.

— Eca, que gay.

— Então, vamos. Vou dirigir hoje.

— Sério? Nossa...

— Se eu pudesse, dirigiria para você toda hora — ele conta, entrelaçando os dedos aos meus. — Quando eu for maior de idade, vou dirigir pra ti todo santo dia. Se tu quiser ir alí na esquina, vou dizer "Sim, meu bem, vamos de carro."

— Não sei porquê, mas você tem uma vibe meio... Como posso dizer? É uma aura mais de... sugar daddy?

— Não acredito que fiquei esperando você terminar a frase por um tempão só pra te ouvir falar uma besteira dessas — ele resmunga, parecendo meio chateado. Eu lhe dou um beijo na bochecha, sorrio ao vê-lo sorrir.

Saímos de casa às três da tarde em ponto. O sol quente aquece e beija-me o rosto, enquanto a sombra das árvores se fazem presentes e traçam suas próprias linhas momentaneamente em mim. Encaro Minhyung, que tem os olhos focados no trânsito e as mãos firmes no volante. Seu maxilar marcado é uma das coisas mais lindas que já vi. Ele é o ser mais lindo que já vi. Mesmo depois de perceber que estou encarando-o, apenas dá um sorriso discreto e segura o volante só com uma mão, pois a outra está ocupada segurando a minha.

— Você fica muito atraente quando dirige — digo num baixo tom de voz.
— Parece até um filho de empresário famoso e rico.

— Eu sei que 'cê tá brincando, solzinho — ele leva nossas mãos na direção do rosto e dá um beijinho estalado na minha.

Fala sério, isso foi a coisa mais fofa do mundo! Mark simplesmente usa uma mão no volante e a outra usa para segurar a minha, e ainda me dá um beijinho nas costas da mão! Nossa, ele é a pessoa mais amável do mundo inteiro. Tua presença humilha a de todas as outras pessoas que eu conheço. Teu carinho faz eu me sentir nas nuvens. Teu amor faz eu me sentir protegido, abrigado em um coração imenso. Mark é a pessoa mais incrível que eu já conheci. Para mim, nossa chegada ao parque parece repentina. Talvez eu tenha passado tanto tempo encarando sua beleza fascinante que sequer notei que já tínhamos chegado.

Colors ៚ Markhyuck (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora