eu temo as pessoas

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Estou seguindo para casa com Mark e Jaemin nesse exato momento. Até me surpreendi quando o Na avisou que iria conosco, pois não poderia passar na casa do Jeno hoje. Fiquei chocado, de verdade. Mark ainda disse que vai passar lá em casa agora pra pegar uma roupa que ele esqueceu ainda no dia do aniversário dele. Fazem dois dias que aquela roupa do Lee está lá em casa já, mas ele sempre enrola para ir buscar. Só está indo pegar hoje porquê eu falei que ia roubar a camisa pra mim caso ele não aparecesse lá em casa. Mas a camisa que ele deixou é mó bonita, cara. É uma daquele tipo lá que é uma mancha que tem várias cores, mas a dele é preto e branco.

— Vida, cadê a Magginha? — Mark pergunta assim que passamos do portão da minha casa.

— Deve estar lá no quintal. Já já ela chega por aqui.

Suspiro alto e fundo quando abro a porta da sala de casa e sinto o cheiro que conheço desde criança. Minha casa tem o aroma da mamãe, não sei por quê. Na real, acho que até eu tenho o cheiro da minha casa. Tomo um susto quando Maggie vem correndo lá do quintal para receber o Mark, passando correndo por mim e me ignorando completamente.

— Ei, você roubou minha cachorrinha também? — junto as sobrancelhas.

— Não, ela se doou à mim — sorri quando recebe lambidas no rosto.
— Agora ela é minha filha também.

— Que mentira!

— Tô falando sério — agora deixa a pequena no chão e se aproxima de mim. — Qualquer dia desses aí, eu vou te levar no cartório pra você assinar os documentos que confirmam que a Maggie tem guarda compartilhada entre eu e você, sacou?

— Saquei, porém discordo. Maggie é minha.

— Não. Tudo que é meu, é seu. Tudo que é seu, é meu também. A regra também vale pra Maggie.

Lhe entrego a sacola com as suas roupas que lavei e passei, então ele deixa perto da própria mochila. Enquanto isso, estou aqui na gaveta do meu armário onde guardo meus remédios. Estou morrendo de dor de cabeça desde umas dez da manhã. Desço de volta para a cozinha e Mark me segue após apagar a luz do quarto. Encho um copo quase inteiro com água, pois sou péssimo para tomar pílulas e sempre demoro um bocado.

— O quê você está sentindo? — Lee pergunta, se aproximando de mim. Ele apoia o cotovelo na bancada e fica me olhando de pertinho.

— Dor de cabeça — faço uma careta assim que consigo engolir a pílula. Incomodou um pouquinho, acho que fez foi descer de atravessado.

— Você pode tomar chá ao invés de socar droga pra dentro do teu organismo. E ainda vai diminuir as tuas chances de morrer por overdose.

— Credo, Mark. Não é porquê eu tomei uma pílula só que irei morrer de overdose — me abraça por trás enquanto termino de tomar minha água. — E eu não sou muito fã de chá também.

— Tudo bem, foi só uma sugestão.

Ambos nos sentamos juntos no sofá, ele mechendo no celular e eu vendo um pouco do céu lá fora pela porta de vidro da sala enquanto faço carinho na Maggie. Repentinamente, a pequena se levanta do sofá e vai correndo até a porta. Mark estranha esta ação, mas eu apenas ignoro porquê já é normal.

— Vida... — diz apontando para Maggie. — Ela está latindo sozinha...

— Não acredito que você está com medo de uma Yorkshire.

— Não é medo dela, é que ela está latindo para o nada. E se for um fantasma? Um espírito? Uma alma morta?

— Não temos que ter medo dos mortos. Devemos temer mil vezes mais as pessoas vivas, elas são infinitamente mais medonhas e assustadoras.

Colors ៚ Markhyuck (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora