eu estive ocupado

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Tive a brilhante ideia de jogar basquete com os hyungs no intervalo de hoje. Todos os meus amigos se juntaram, o que fez com que os times ficassem bem maiores. Há cerca de sete pessoas em cada time agora. Confesso que já estou um pouco cansado. Aviso à Johnny que irei sair um pouco para beber água e descansar. Vou até a arquibancada, onde sento-me ao lado de Taeil e fico sentando ao seu lado, de mãos dadas.

— Você nunca mais tinha falado comigo, Hyuck — me abraça pelo ombro.

— É que eu estive ocupado com as provas e tal. Também fazia muito tempo que eu não via você.

Descanso a cabeça em seu ombro enquanto recebo carinho na nuca e cafuné no cabelo. Eu gosto muito do Taeil-hyung. Ele já me ajudou muito quando precisei, então tenho uma afinidade imensa com ele. Considero-o como um irmão mais velho de verdade. Abraço-o cada vez mais forte e lhe dou um beijinho rápido na bochecha. Ficamos assistido o jogo assim, abraçados um ao outro.

Infelizmente, o sinal toca e somos todos obrigados à voltar para as salas. Me despeço de todos os hyungs com um abraço e, em alguns, um rápido beijo na bochecha. Meus amigos estão todos aqui, exceto o bemzinho. Na verdade, fazia um tempo que eu já não sentia mais a sua presença no jogo. Mas tudo bem, acho que já deve ter ido para a sala ou deve ter ido lavar o rosto. Esperarei por ele na sala de aula.

Mas o problema é que se passam cinco, dez, quinze, vinte minutos e nada dele. Eu tô começando a ficar preocupado. Muito preocupado. Fico imaginando o que pode ter acontecido com ele. E se ele não tomou café da manhã, desmaiou no banheiro e teve um treco e ficou por lá mesmo? Pode parecer que estou viajando, mas estou falando sério. Eu tô com muito medo, ele não é de matar aula. Me assusto quando percebo que já estava roendo as unhas de nervosismo.

A aula de matemática acaba, mas ainda assim, não há nenhum sinal dele. Meus amigos também estranham, me perguntam o que aconteceu. Respondo apenas o básico, que não faço a mínima ideia de onde ele esteja. E eu realmente não faço. Isso está me deixando maluco. Não consigo prestar mais atenção em nada que essa professora de coreano está falando. Só consigo pensar nele. Tento respirar fundo para me acalmar, medito em silêncio, conto até vinte. Nada funciona.

— Olha, ele está voltando — Jisung aponta para uma figura irreconhecível na janela.

Pelo jeito de andar, sei que é Mark. Mas se não lhe conhecesse bem, eu nunca diria que é ele. Parece que esperou o tempo certo para que a professora saísse da sala e ele pudesse entrar como se nada houvesse acontecido. Caminha com calma até o seu lugar, sem chamar atenção dos outros alunos. Mas chama totalmente a minha quando reparo nos cabelos bagunçados, fora do lugar, como se houvessem sido brutalmente puxados e maltratados. O rosto inteiro inchado, assim como seus olhos e nariz vermelho. Em mãos, tem apenas seu casaco preto que estava usando para jogar.

Ao se sentar, passa as mãos no cabelo mais uma vez e geme baixinho, como se houvesse algo doendo. Suspira baixo e esfrega os olhos, deixando a cabeça apoiada na palma da mão. Não posso vê-lo o rosto, apenas a silhueta, pois estou atrás dele. Quero falar com ele, mas não sei o que dizer. É fato que Mark está estranho. Está calado demais, e isso é muito estranho porque ele não cala a matraca um minuto sequer. É óbvio que aconteceu alguma coisa.

— Hm, Mark...?

— Está tudo bem. Eu tô muito bem — responde com prontidão.

Me assusto com o jeito que ele responde, a voz baixa e o tom frio, sem sequer olhar na minha cara.
Ok, não está nem um pouquinho bem. Está tudo errado. Mark está muito mal. Pra variar, eu não sei o que fazer. Tento focar na aula e resolvo que vou conversar com ele depois, porque agora ele realmente não parece estar muito a fim de papo. A curiosidade só aumenta, mas eu sei que preciso respeitar o espaço e a decisão dele. Qualquer um que o conheça pode dizer que ele tá mal. Eu só queria mesmo era poder dar colo à ele neste exato momento.

Um homem da diretoria abre a porta da sala e diz que o pai de Mark Lee está o esperando na recepção da escola. Ok, agora eu estou me tremendo três vezes mais. Olho para ele sem nem disfarçar, enquanto o mesmo arruma suas coisas, põe a mochila na costa e sai com o moletom preto em mãos. Sequer se despediu de mim. Então tudo bem, né? Espero até a hora da saída para que eu possa contatá-lo depois por ligação.

Chego em casa, faço meu almoço rapidinho, lavo as louças depois de comer e vou correndo ao meu quarto. Entro no meu chat com Mark no kakao e primeiro vejo se ele está online, mas não está. Também já faz muito tempo que não abre o aplicativo, desde ontem, tarde da noite. Mando algumas mensagens á ele, mas se passa um tempo e ele não responde nenhuma. Resolvo ligar, porque ele disse que sempre está desocupado nesse horário. Passa um longo tempo, apenas fazendo aquele barulho de quando a ligação está chamando, mas ele finalmente atende.

— Oi, meu bem.

Oi, Donghyuck.

— Nossa, a sua voz está bem rouca hoje — fico girando na cadeira da escrivaninha. — Você já almoçou?

Sim.

Está em casa? Posso ir te visitar?

Eu em casa...

— Beleza, vou dar um pulo aí daqui a pouco — nem espero ele terminar a frase. — Espere por mim, até mais.

Visto uma roupa bonitinha e comportada, pois o pai dele provavelmente estará em casa e eu quero passar uma boa primeira impressão. Vou caminhando com alegria até a casa dele, pois estou ansioso e animado para vê-lo. Caso ele ainda esteja mal, estou pronto para dar-lhe colo e muito amor e carinho.

Colors ៚ Markhyuck (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora