Colors ៚ Markhyuck (Hiatus)

eu esqueci de te avisar

Eu estou lascado. Muito lascado. Hoje tinha o aniversário de Sicheng hyung que prometi ir com Mark, mas há um problema. O tempo está quente e seco, então por causa disso tive um sangramento nasal de manhã cedo. Acordei com o rosto sujo de sangue. Ai que ódio, juro. Ainda não tive coragem de falar com Minhyung. Eu já estou melhor agora, mas estou com medo de acontecer de novo. Não sei o que dizer à ele. Se eu ligar e disser o que realmente aconteceu, ele vai deixar de aproveitar com os amigos dele e vai vir aqui pra casa, eu conheço a peça. Na verdade, eu ainda estava pensando em ir, mas mamãe disse, em palavras mais doces, que ia me descer na porrada se ela chegasse do trabalho e eu não estivesse em casa.

Era para eu estar chegando lá agora, se não tivesse acontecido tudo isso. Mamãe chegou do trabalho há pouco tempo também, então eu já poderia ter ído. Não consigo nem descrever o tanto de ódio que estou sentindo de mim mesmo. Ok, não vou pensar muito nisso para não ficar estressado. Separo um comprimido da caixinha de remédios do meu quarto, seguindo até a cozinha. Encho um copo até a metade com água, mas paro e fico pensando em coisas aleatórias enquanto mantenho o comprimido em minha mão moldada como se fosse concha.

— Já está com dor de cabeça de novo? — minha mãe pergunta, variando o olhar entre o copo e minha mão.

— Sim, mas já vai passar.

Por fim, acabo ingerindo o comprimido sem dificuldade. Já deve ser bem o terceiro que eu tomo só hoje.

— Como foi seu dia, Hyuck?

— Não fiz nada de manhã porquê não estava muito legal ainda, mas de tarde fiz as atividades da escola.

— Jaemin veio aqui, não foi? — confirmo com a cabeça. Um sorriso doce se forma em seus lábios. — Que bom... Diga para ele que estou com saudades dele e da mãe dele também.

Ainda com um sorriso travesso, mamãe me olha e dá uma piscadela. Eu continuo rindo por causa disso mesmo depois de ter voltado ao meu quarto. Vou continuar a assistir a série que comecei ontem. Há um tempinho estive pensando no simulado que vai ter depois de amanhã. Comecei a estudar hoje, mas estudei pouco, então vou estudar mais amanhã. Sabe que ainda não entrou na minha cabeça que Mark não quis vir para estudarmos juntos? Eu estranhei, porquê fazemos isso juntos desde que nós conhecemos, então achei que faríamos de novo agora por estarmos mais próximos. Mas enfim, está tudo bem, sem problemas. O problema agora é que ele está me ligando. Lascou de vez.

— Eu já estou indo, tá? Vou te esperar lá. Tô quase chegando.

— Meu bem... Desculpa, eu não vou poder ir. Eu esqueci de te avisar, foi mal. Tive imprevistos em casa e...

— Aconteceu alguma coisa? Você está bem?

— Não, eu estou bem, é só que não vou poder ir. Desculpa te avisar em cima da hora, eu...

— Não precisa pedir desculpas. Olha, acabei de chegar aqui, depois vou aí na sua casa.

— Não precisa vir aqui! — eu passo a mão no rosto, impacientemente. — Vá curtir sua festa. Está tudo ótimo por aqui.

— Chego aí daqui a um tempinho, tchau.

Mark desliga a chamada. Nossa, que raiva dele. Eu sabia que ele ia inventar moda e ia querer vir para cá. É sempre assim. Acho que ele estava de carro, tenho quase certeza que ouvi barulho de seta e freio de mão. Me escondo debaixo do edredom cinza, suspiro fundo ao ligar a televisão. Está calor lá fora, então fechei as duas janelas do quarto e deixei o ar-condicionado ligado também. Calor desgraçado fez meu nariz sangrar, que raiva! Sem brincadeira, hoje eu estou vivendo na força do ódio. Não que nos últimos dias eu já não tenha feito isso, mas hoje está demais. Por fim, para tentar descontrair, saí para passear com minha cachorrinha hoje de manhã e morri de amores quando me deparei com uma criança pedindo para fazer carinho nela.