Hoje combinei de passar a tarde com Mark. Lhe chamei para vir em minha casa, mais uma vez, para termos uma tarde bem de adolescente moderno. Separei uns filmes que parecem legais para assistirmos enquanto comemos besteira. Ontem fui ao mercado e acabei comprando muitos snacks pensando em hoje, então acabei até comprando a bala de melancia que soube que Mark gosta tanto. Espero que ele goste desse tempinho que separei para nós.
Estou tentando voltar a ser próximo dele, porque viemos nos afastando um pouco nas últimas três ou duas semanas, então resolvi seguir o conselho de Jaemin e fazer coisas que agradem Mark. Não quero me afastar dele e nem deixar ele ir. Não quero perdê-lo. Creio que um dia ainda vamos ter algo sério, quando eu conhecê-lo melhor. Eu juro que, por mim, já teria lhe pedido em namoro. Mas eu tenho medo. Eu tenho tanto medo de ele descobrir meu evento traumático, eu surtar e ele acabar indo embora por temer o monstro que ainda habita meu interior.
Porém, eu sei que um dia terei que contá-lo, querendo ou não. Não me sentirei bem se passar tanto tempo com ele e não contar pelo menos um pouco do que aconteceu. Afinal, é contando que eu vou descobrir se ele realmente ainda vai me querer ou se vai fazer como outras pessoas e me largar assim que descobrir. Espero muito que Mark não faça isso, porque eu gosto muito dele. Eu adoraria se ele aceitasse ficar por um tempo e me deixasse descobrir mais sobre ele. Eu adoraria se ele aceitasse ser a mãe da criança perdida, desorientada e chorona que há dentro de mim.
Procuro por milho de pipoca para já deixar separado para daqui a pouco. Ainda agora Mark mandou mensagem dizendo que estava se arrumando, então creio que ainda vai demorar uns dez minutos. Sempre achei engraçado que ele diz que vai se arrumar, mas sempre sai igualzinho como fica em sua casa. Eu acho isso tão fofinho. Minha mãe parece estranhar minha movimentação, pois faz caretas engraçadas e desentendidas que me fazem rir. Jogo o milho na panela e fico esperando que fique pronto.
— Quem você está esperando, filho?
— Chamei Mark para passar um tempo aqui.
— Eu achei que vocês estavam brigados.
Quê?
— Como você sabia? — arregalo os olhos e fico boquiaberto esperando sua resposta enquanto ela sorri.
— Você nunca mais falou dele e ele nunca mais veio aqui nos últimos dias, então minha intuição feminina me disse. Acabou que estava certa, né?
— Nossa, Lee Soomin! — ponho a mão sobre a boca ainda surpreso.
A campainha toca e eu vou correndo atender apressado. Dou uma última arrumada na minha roupa e cabelo antes de abrir, porque esqueci de arrumar antes.
— Oi, gatinho — me dá um beijo rápido na bochecha.
Se assusta minimamente quando vê minha mãe, tanto que seu corpo até dá um pulo, mas ela vem até aqui para abraçar-lhe e ele retribui. Ela parece gostar tanto, mas tanto dele. Isso me conforta porque não preciso nem perguntar à ela se ela aprova. Lee também gosta muito dela e eu tenho certeza disso. Queria até chamar de sogra, né?!
Espero que se sente na cama para mostrar a bandeja que carrego nas mãos e tudo que tem dentro. Escondi as balinhas de melancia lá no fundo para que ele demorasse a achar. Já fica feliz quando vê um chips sabor churrasco que diz gostar muito. Recentemente, descobri que fico feliz de vê-lo sorrindo, todo contente. Acabei por confirmar isso agora, quando vejo o sorriso imenso de quem achou o doce que tanto gosta.
— Meu Deus, Haechan! — abraça o pacote e sorri mais aberto ainda. — Obrigado. Muito obrigado. Nossa, eu te amo tanto.
Fico surpreso quando deixa as balas sobre a cama e vem até mim me dar um abraço apertado e carinhoso. No fim das contas, acabou virando um beijo pegajoso que não consigo largar. Mark deixa sua perna direita entre as minhas e isso me deixou nervoso. Muito nervoso, digamos. Eu estou gostando demais disso e vai acabar dando ruim. Está muito cedo para ele dizer que sentiu algo estranho em sua coxa enquanto me beija. Me separo do contato cuidadosamente, então nos sentamos na cama, de frente para a televisão.
— Vou deixar você escolher um desses que eu separei — passo o controle para ele, que ainda analisa os longa metragens mostrados na tela.
— Pode ser bird box? Eu nunca assisti.
— Claro, bemzinho.
Então ele dá play no filme e nós começamos a comer a pipoca. Há algumas partes que o volume fica mais alto e isso me assusta um pouco, mas ele sempre percebe e faz algum tipo de carinho em mim, seja em meu cabelo ou em minha mão. Ele é tão atencioso comigo que fico triste por não conseguir ser assim, de maneira recíproca. Peço silenciosamente que ele espere, porquê um dia farei ele tão feliz quanto ele merece. Um dia falarei palavras bonitas para ele dizendo o quanto tenho admiração por si. Um dia vou fazer tudo o que ele gosta.
Quando a pipoca e o chips acabam, ele abre o pacote de balas e primeiro oferece à mim antes de começar a comer. Faço caretas quando provo o doce e descubro ser um tanto ácido, e Mark se diverte com isso. Depois de me acostumar com o gosto azedo, consigo parar de fazer caretas enquanto como. O filme está muito bom, mas acho que esse clima geladinho — devido ao ar-condicionado ligado — e com pouca luz está me deixando com sono. Percebo que meus olhos estavam fechados e demorando mais para abrir, então arregalo-os e balanço a cabeça para ficar mais acordado.
Concluo ter tido uma ideia genial. Vai me fazer pagar a língua de novo, mas eu sinceramente já não estou mais nem aí. Que se dane, vou ser grudento, sim! Fico de joelhos sobre o colchão e separo as pernas de Mark, que mantém uma expressão confusa. Me sento entre suas coxas e deito o tronco sobre o dele, deixando minha cabeça relaxar em seu peito. Ele ri anasalado, mas logo depois passa os braços por cima de mim e ainda me dá um beijo no pescoço. Por incrível que pareça, eu me sinto super confortável.
Não sei ao certo por que pensei que iria ficar desconfortável se ficasse assim com ele. Certamente, pensava isso porque nunca tinha tentado antes. Agora que experimentei, não quero sair desse abraço nunca mais. Quero morar aqui. Estou obcecado por esse carinho que faz na minha barriga e pelos beijos que deixa desde meus ombros até meu pescoço. Isso tudo é tão bom. Eu poderia ficar nos braços deles por horas e horas sem ficar cansado.
— Mas já acabou o filme? — pergunto assustado porque achava que estávamos ainda na metade.
— Já, bemzinho — sorrio porque ele usa o apelido que chamo-o. — Acho que já vou indo...
— Fica só mais um pouco — faço drama. — Hoje eu tô com vontade de namorar.
— Se for assim, eu não tenho outra escolha que não seja ficar.
Infelizmente, preciso sair da posição que estamos porque quero dar um beijo nele. Agora, fico com meu peito colado ao dele, com o queixo erguido num pedido mudo para que venha até mim e me beije. E disso ele entende, e entende muito bem. Não tarda em roubar meus lábios para ele e fazer um estrago no meu ego. Digo estrago porque quebro todo meu orgulho pra ficar nesse beijo gostoso que ele tem. Acabo sendo o hipócrita no fim das contas. Mas não dá pra evitar. Eu gosto muito disso aqui. Gosto muito da língua que invade minha boca e me aquece.
Suas mãos estavam em minhas costas, mas elas estão descendo e fazendo um caminho perigoso. Isso que estamos fazendo é perigoso, mas não vamos parar. Mordo seu lábio inferior quando aperta minha bunda com pouca força. Acabam escapando gemidos baixos de ambas as bocas, o que deixa tudo mais difícil. A mão dele parou por aqui mesmo, na minha bunda, e não se moveu mais. Sorrio rapidamente antes de pegar seus lábios pra mim mais uma vez. Nenhum de nós aparenta ligar para os beijos barulhentos que são compartilhados, porque estamos muito ocupados para isso.
A respiração que nos faz falta ecoa pelo quarto pouco iluminado. Sorrio involuntariamente quando vejo os olhinhos brilhantes de Mark me encarando. Ele é tão lindo. Ficamos só nos selinhos — alguns silenciosos e outros nem tanto — porquê beijar também cansa. Mas eu nunca vou enjoar de beijá-lo. Nunca vou enjoar dos lábios róseos com sabor de melancia. Nunca, eu juro.
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Colors ៚ Markhyuck (Hiatus)
FanfictionOnde Donghyuck é um garoto colorido e alegre, dono de um mundo cheio de cores diferentes. Mas apenas com um deslize de Mark, seu mundo parece perder toda a coloração, ficando apenas em tons de preto e branco. Markhyuck longfic.