Jaemin e Jeno estão me enchendo o saco porquê eu e Mark demoramos a voltar para a sala e ainda chegamos juntos. Não sei bem o que eles estão pensando que fizemos, mas também não serei eu que vou dizer.
— E o que vocês estão insinuando que nós fizemos?
— Tá, mas o beijo foi bom? — Jaemin pergunta e Jeno sorri divertido.
— Que beijo, Jaemin?! Eu nunca disse que tinha beijado ele!
— Mas também não disse que não beijou ele. Eu aposto que vocês se pegaram bacana — Jeno me olha com uma sobrancelhas levantada e, sinceramente, eu desisto.
— Ah, sério, eu desisto de vocês dois. Que se dane. Pensem o que quiserem — atuo com um pouco mais de drama do que o necessário, mas está bom assim.
Enquanto Na e Lee ficavam rindo, saí da carteira de perto deles e voltei para a minha original. Mark me vem com esse olhar preocupado, então pergunto o que foi. Ele primeiro muda sua expressão de preocupado para como se fosse algo óbvio.
— Eu é que te pergunto, ué — levanta ambas as sobrancelhas enquanto parece me analisar de cima abaixo. — Você parecia bravo enquanto conversava com o Jaemin e o Jeno. Aconteceu alguma coisa? Vocês brigaram?
— Não brigamos, está tudo bem.
Por mais que eu diga que está tudo normal, Mark não nos livra desse semblante preocupado. Continua carregando-o por mais que eu confirme a paz entre mim e os Nomin. Chega até a morder os lábios em hesitação, mas eu dou um jeito de acariciar sua mão por baixo da mesa e lhe dizer que não precisa se preocupar.
Não sei por quê, mas assim ele parece mais tranquilo. Assim que solto sua mão, se vira para frente e volta a fazer o dever deixado por um professor, assim como eu. Escrevi tanto que o ossinho do meu dedo está vermelho e doendo. Espero que não forme um calo. Escuto claramente a risada de Chenle e quando me viro para ele, está encarando Jeno que também está quase para explodir de tanto segurar o riso.
Faço questão de olhá-los com deboche e desgosto, da cabeça até os pés, como se fossem os maiores idiotas do mundo. E acho que eles realmente são. Porque quando percebem o jeito que os olhei, não conseguem segurar mais o riso e ficam fazendo uns barulhos estranhos. O professor os olha estranho, mas eles abaixam a cabeça numa tentativa meio falha de disfarçar. É todo dia isso, meu pai.
Já Renjun os olha como se fossem um desastre vergonhoso. Jisung e Jaemin mal olham e fingem que não viram. Isso até me tira um sorrisinho. Mark é o único de nós que permanece cem por cento focado na tarefa. Nem se quer move as orbes ou o pescoço para ver o que diabos está acontecendo nas fileiras vizinhas. Mas tudo bem, é melhor não olhar mesmo.
Quando menos esperamos, toca o barulho irritante nos avisando que está na hora do intervalo. Jeno e Chenle vão na frente e acho que eles retomaram o assunto, pois voltam a rir como loucos. Renjun, Chenle e Jisung estão indo logo atrás, então só ficamos eu e Jaemin aqui atrás. Fico esperando-o guardar seus livros na mochila para sairmos, e quando termina, vem até mim e praticamente se joga em meus braços, me deixando sem entender quase nada.
— Me abraça também, poxa — me permito rodear os braços por seus ombros.
Depois de alguns poucos segundos, me solta e fomos andando até lá fora. Nos perdemos dos outros, então vamos andando devagar pelo caminho que acreditamos que eles tenham feito. Enquanto caminhávamos, Na foi falando umas coisas aleatórias que até me fizeram rir.
— Eu sinto tua falta, amor.
— Quê?
— É, ué — chuta umas pedrinhas no chão e parece até evitar meu olhar. — Você só vive com o Mark agora. Não se desgrudam mais.
— Eu te acho uma gracinha com ciúmes, Jaemin.
O vejo se afastar e revirar os olhos, mas logo aperto o passo para chegar mais perto dele novamente e o puxo para um abraço. Tento manter ele em meus braços por mais que queira se soltar, mas depois de um tempo acabou por desistir e até se vira de frente à mim para também me envolver em seus braços.
— Fazia tempo que você não me dava um desses...
— Talvez seja porquê você raramente fala comigo, Donghyuck! — esbravejou novamente, mas eu apenas rio, pois sei que está brincando.
— Eu nem passo tanto tempo com ele assim, você está exagerando.
— Quantas vezes tu chamou ele pra ir na tua casa?
— Umas três? Duas? Por aí. Mas é só porque a mamãe gosta muito dele.
— Meu Deus, ela gosta mais dele do que de mim? — Jaemin fica com os olhos arregalados e a boca aberta.
— Por enquanto, acho que não...
— Ah, então tá tudo ótimo — balança a mão no ar em sinal de tranquilidade e eu fico rindo dessa preocupação dele.
Mesmo de longe, podemos ver que nossos amigos estão sentados no gramado de futebol sombreado pelas árvores preenchidas de flores. Vamos andando lentamente até lá, quando Jaemin me pergunta: — E quantas vezes você já beijou ele?
— Eu não fiquei te fazendo essas perguntas quando você tava começando teu rolo com o Jenoninho.
— Mas ficou me zoando porquê eu chamava ele de amor e tu ainda me chama assim até hoje. Mas não interessa, responde logo a minha pergunta.
— Nossa, seu grosso — acabo por ficar pensando aqui que nem eu lembro quantas vezes beijei aquele canadense. Preciso parar para contar. — Foram umas duas ou três também. Agora cala essa matraca, senão eles vão ouvir.
Por mais incrível que pareça, ele realmente cala e nos sentamos ao lado de nossos amigos para nos infiltrarmos no assunto que sequer sabemos qual é. Ele foi lá com o Jeno e eu fiquei aqui com o Mark, e o melhor é que isso não foi nem um pouquinho pensado, apenas aconteceu. Lee pousa a mão na minha coxa discretamente e parecendo meio distraído. De vez em quando até move o polegar de cima para baixo ao fazer um carinho que me dá arrepios. Me permito até descansar a minha própria mão sobre a sua e também deixar um carinho. Mas eu não falo nada. Não falo nada porquê é sempre assim, entre tapas e beijos. Na verdade, mais beijos do que tapas.
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Colors ៚ Markhyuck (Hiatus)
FanfictionOnde Donghyuck é um garoto colorido e alegre, dono de um mundo cheio de cores diferentes. Mas apenas com um deslize de Mark, seu mundo parece perder toda a coloração, ficando apenas em tons de preto e branco. Markhyuck longfic.