eu quero ficar com você

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Acho que hoje Mark acordou e disse "Decidi que serei um amor de pessoa" e veio para a escola fingindo ser um anjo. Sério, ele está um amor hoje. Quer andar de mãos dadas comigo toda hora, não me larga um minutinho sequer. Quando paramos para conversar no passeio que estávamos fazendo pela escola antes da aula começar junto de meus amigos, ele me abraçou frouxo e de uma maneira confortável. Me deu beijos silenciosos e discretos no pescoço, além de ter posto as mãos nos bolsos traseiros da minha calça. Ele é maravilhoso.

— Você comeu alguma coisa antes de vir pra escola, meu bem?  — pergunto fazendo carinho na nuca dele.

— Uhum. Acordei cedo demais hoje, fiquei umas três horas acordado antes de vir pra cá. Fiquei muito puto quando vi que coloquei o despertador pra tocar uma hora antes do que era pra ter colocado. Aquela merda desregulou meu sono — diz com a voz embargada por estar com o rosto totalmente enfiado na curvatura do meu pescoço.

— Sabe o que eu estava pensando? E se você saísse para jantar comigo e com a minha mãe algum dia desses? — dou um selar em seu ombro.

— Mas eu preciso saber onde é para saber se meu cartão aguenta ou não.

— Não vou te deixar pagar — rolei os olhos. — Eu estive sentindo saudades de você esses dias.

— O quê? — ele está fingindo que não entendeu, pois falei em alto e bom som.

— Ah, eu sei que você entendeu, leso.

— Desculpe — desenterra o rosto da minha nuca para me olhar nos olhos. — Eu sinto saudades de ti toda hora, sabia?

— Claro que eu sabia, grudento — deixo beijos fracos em sua boca, onde formo um biquinho por estar apertando suas bochechas.

Infelizmente, o sinal tocou e nós tivemos que voltar para a sala. Essa aula de história me dá sono, creio que seja a voz do professor, mas eu finjo que estou prestando atenção. Meus olhos pesam, ardem de sono. Posso parecer estar sendo dramático, mas juro que não estou sendo. Sério, eu tô com muito sono. Sempre fico sonolento nas aulas de história. Eu odeio história. Essa matéria é um saco. Eu nem estava com sono antes, mas é automático; fico sempre cansado quando ouço esse professor explicar essa matéria.

Quase tive um treco quando percebi que estava dormindo. E, na verdade, só percebi porquê Mark cutucou minha cabeça e me acordou. Passo a mão no cabelo para tentar ficar mais esperto, se não irei dormir de novo daqui a pouco. Estou com a testa apoiada na palma da mão, escutando o assunto que o professor explica no quadro enquanto luto contra o sono para manter-me esperto.

Arregalo os olhos de maneira exagerada para ver se, assim, consigo ficar mais acordado. Passei o resto da aula meio sonolento, porque consegui dormir de verdade e isso só me trouxe mais cansaço. O professor de química entra em sala e brevemente diz que irá entregar nossas provas. Quando recebo a minha, vejo que é a nota que eu esperava. Acertei oitenta e quatro porcento da prova. É, acho que está tudo bem.

— Você foi bem?

— Só o básico, Mark. E você?

— Tirei nove... — me mostra rapidamente a nota na primeira página da prova.

— Então você ainda tá melhor do que eu.

— Na prova de coreano eu aposto que zerei só na parte da gramática. Imagina no vocabulário — suspira alto.

— Caso você zere, eu te presentearei com um caderninho daqueles de ortografia pra criança.

— E eu vou enfiá-lo na tua garganta até tu engolir ele inteiro.

Colors ៚ Markhyuck (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora