eu nunca imaginaria

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Estou fingindo tampar meus ouvidos para me livrar dessa discussão infantil e inútil que está rolando entre Renjun e Jeno, onde a única finalidade é decidir alguém para escrever os nossos nomes nessa merda de cartolina.

— Ei, Haechan, você não está fazendo nada. Vem aqui escrever os nomes
— Chenle grita tão alto que posso escutar como se ele estivesse aqui do meu lado. Só pra constar, eles todos estão na sala e eu estou na cozinha, finalizando os brownies que fiz.

— Estou cozinhando, seu idiota, tá vendo, não?

— Credo, seu grosso — Zhong faz uma careta e ameaça jogar uma canetinha na minha cabeça.

— E grande também — Mark sussurra baixinho perto do meu ouvido, se aproximando de mim. Ele se posiciona colado ao meu corpo, me abraçando por trás. — Posso pegar um pedaço?

— Ainda não. Eu preciso provar primeiro, porquê fui eu que fiz.

— Poxa, Haechan eu achei que você me amava — ele finge chorar, mas não parece nada verdadeiro. — Você só me ama quando eu estou te beijando, né? Fale a verdade. Você não me ama mais. Já entendi.

— Tu é chato pra um caralho — simplesmente enfio um pedaço gigantesco de brownie na boca dele.
— Vê se cala essa matraca e me deixa em paz, por favor.

— Também te amo, meu bem.

Enfiar um pedaço imenso de brownie na boca dele deu certo, mas momentaneamente. Agora que terminou de comer, voltou a tagarelar e encher meu saco de novo. Mark sussurra coisas totalmente dramáticas bem no pé do meu ouvido e, pessoalmente, isso me deixa arrepiado. Eu já falei que está fazendo cócegas, mas ele não me larga. Tudo o que me diz é puro exagero, porquê é óbvio que eu ainda amo-o e não deixaria de amar por um pedacinho de comida.

— Sai daqui, Mark — até consigo empurrá-lo, mas ele sempre volta.
— Você é estúpido.

— Você é muito mão de vaca pra comida — agora, deixa beijos no meu pescoço enquanto eu ponho minhas mãos para trás, segurando suas coxas. — Mão de vaca e pão duro.

— Quê? — me espanto por uns três segundos, porquê ouvi ele dizer outra coisa. Assim que entendo o que ele realmente falou, me viro de frente para si e escondo um sorriso por trás de minha palma. — Ah, foi mal. Eu achei que você tivesse dito outra coisa.

— Caramba, Haechan, o quê você me ouviu dizer?

— Nada, não foi nada. Esquece.

— Credo, você não presta — se junta à mim e ambos passamos a rir alto, cambaleando pela cozinha.

— Ei, casal, qual é a graça? Eu quero saber também — Jaemin pergunta sorridente.

— Não é nada! — por incrível que pareça, conseguimos responder ao mesmo tempo.

Deixo o grande prato com os brownies na mesinha de centro da sala, e após comer um pedaço, volto até a cozinha para beber água. Mark não saiu daqui desde aquela hora, ficou respondendo umas mensagens do pai dele. Pelas expressões que o vejo fazer, o papo não está nada bom. Eu quero saber qual foi o babado, por isso fico parado aqui ao lado dele, olhando-o com inocência e esperando que me diga o que aconteceu.

— O quê rolou, pitelzinho?

— Meu pai vai ficar até tarde no trabalho de novo — ele revira os olhos e afunda as mãos nos cabelos após largar o celular sobre o balcão. Mark parece muito estressado — Eu já estou cansado disso. Não aguento mais ficar sozinho em casa.

— Eu posso ficar aqui com você, vida — suponho, ainda num baixo tom de voz para que ninguém escute. Lee está com os cotovelos sobre o balcão e o rosto escondido entre as mãos, suspirando impacientemente. — Você quer que eu fique aqui?

Colors ៚ Markhyuck (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora