eu tenho algo para contar

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Confesso que ontem eu fiquei um pouquinho triste. Acho que me empolguei nos pensamentos e me deixei levar pelas emoções a flor da pele. Ele não foi embora, ele dormiu aqui abraçado comigo. Não sei por quê pensei em tantas coisas ruins. De manhã, quando acordei, ele estava aqui. Estava lindo mesmo com a cara amassada e os olhinhos inchados. Agora, estou esperando que acabe de escovar seus dentes para que possamos ir tomar café juntos.

— Você tá igual um zumbi — digo quando vejo-o saindo do banheiro cambaleando.

— Ainda não fiz o raciocínio. Meu cérebro está processando lentamente — esfrega os olhos com pouca delicadeza e se joga em cima de mim.

— Mark, eu digo que você é um bebê, mas não que você tem o peso e o tamanho de um...

— Mas se você diz que eu sou um bebê, você tem que cuidar de mim como se eu fosse um.

Reviro os olhos e resmungo para que saia logo de cima de mim pois estou com fome e quero ir fazer o café. Mark me dá um beijo pouco antes de se levantar. Lhe arrasto pelo pulso até a cozinha pois ele ainda está bem lento e sua alma ainda não está no corpo. Como se fosse uma boneca frágil de porcelana, lhe deixo sentado na cadeira da bancada enquanto vou fazer alguma coisa pra gente comer. Eu queria fazer um café da manhã tradicional, com kimchi, uma tigela de arroz e uma de sopa de legumes, mas vai demorar demais e eu já estou bravo de tanta fome. Por um instante, fico parado no meio da cozinha com as mãos na cintura enquanto penso no que fazer.

Vou é fazer waffles que é mais rápido. Faço a massa bem rapidinho e desenterro a máquina de fazer panqueca lá do fundo da dispensa. Enquanto ainda não estão prontos, fico olhando Mark praticamente dormir sentado. Ele é tão fofo. Eu rio dele, mas enrolo seu corpo com meus braços e ele faz o mesmo comigo, só que com suas pernas enroladas em minha cintura. Estamos presos no abraço um do outro e isso nem é incômodo, é confortável demais. Me sinto abrigado nos teus braços.

Lhe dou beijinhos nas bochechas antes de ir pegar os waffles que fiz e servir uns quatro num pratinho para ele. Fiz também um café expresso para nós dois. Mark me agradece com um selinho nos lábios antes de começar a comer. Demoro pra consegui largar dele, mas demoro mais ainda pra conseguir encontrar seus lábios de novo depois de tomar café. Nos desencontramos por um tempo porquê ele atendeu a ligação do pai dele logo após escovar os dentes e eles já estão se falando faz uns cinco minutos.

Estou escovando os dentes com a porta do banheiro aberta, então posso escutar um pouquinho da conversa entre eles, mesmo que sem querer. Acho que o pai do Mark só quer saber como ele está, porquê tudo que ouço o mais novo dizer é que está tudo bem por aqui, de diferentes maneiras. Assim que a ligação encerra, pergunto ao Mark o que houve e ele diz que não foi nada demais, seu pai apenas queria saber como ele estava. Suspiro um tanto alto enquanto me olho no espelho e ajeito minha franja que está grande demais e precisa de uns reparos.

— Haechan, eu tenho uma coisa pra contar — me viro para ele e o mesmo está sentado em minha cama com um sorriso divertido. — Você vai me achar um completo idiota, mas eu quero muito te mostrar.

— Agora eu fiquei curioso — me deito ao seu lado e roubo um beijo seu.

— Eu fiz uma playlist no Spotify pra você. Vou te mostrar, espera aí...

Fico admirando seu sorrisinho divertido enquanto Mark põe o aplicativo na televisão e pesquisa pela playlist que fez. Antes que ponha as músicas pra tocar, seguro suas bochechas com pouca força e selo meus lábios nos seus. Lhe dou um, dois, três, quatro selinhos e ele sempre volta pra buscar mais. Não consigo evitar o riso ao ver as bochechas do Lee tomando um lindo tom de rosa. Rapidamente, encosta a mão sobre meu peito e diz para eu esperar enquanto ele escolhe uma música para dedicar à mim.

Colors ៚ Markhyuck (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora