eu tenho coisas pra fazer

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Hoje não fui à escola porque tirei o dia para fazer exames gerais. Fiz um da vista e um outro lá pra ver se estou bem das vitaminas e blá-blá-blá. Neste momento, estou sentado na sala de espera da clínica para que eu possa receber o resultado dos meus exames. Na real, minhas consultas seriam no sábado, que é amanhã, mas precisei mudar para hoje porque mamãe vai trabalhar amanhã. Ela também veio fazer exames comigo, pra aproveitar e fazer os dela também.

— Mãe, eu nem chorei no exame de sangue, você viu? — deito no ombro dela. — O que a senhora vai me dar de presente como recompensa?

— Você só pode estar brincando, Hyuck.

— Eu não tô, mãe, tô falando sério. O quê que a senhora vai me dar?

— Ok, eu te mimei demais quando você era criança. O que acha de irmos jantar naquele restaurante australiano do shopping amanhã?

— Aquele careiro? — pergunto boquiaberto.

— É. Você pode chamar o seu lovinho se você quiser.

— Nossa, muito, muito, muito obrigado — dou um selar rápido em sua bochecha. — A senhora sabe que eu lhe amo, não sabe?

— Sei também que você só está dizendo isso pra puxar meu saco.

— Tô, não, mulher...

Continuo deitado em seu ombro até que nos chamem até o balcão para receber o resultado dos exames. No aspecto geral, eu estou muito bem de saúde, de acordo com o que estou lendo. Exceto na questão das vitaminas, acho que preciso pegar mais sol e comer mais laranja, mas tudo bem. Estou consideravelmente bem de saúde. Agora eu e mamãe vamos para casa almoçar, mas ela vai voltar para o trabalho depois.

Pedimos almoço de um restaurante com vários tipos de frango. Mamãe me deixou escolher um que tem molho de pimenta com Coca-Cola. Eu nem gosto muito de pimenta, prefiro frango frito, mas a minha curiosidade falou mais alto. A comida chega logo depois de nós chegarmos em casa também, então brevemente vamos almoçar.
Mamãe diz que vai acabar se atrasando uns cinco minutos e eu digo-lhe que pode comer com calma que eu irei lavar a louça.

— Hyuck, você é o filho perfeito — faz carinho com o polegar nos arredores da minha orelha.

— É porque você é a mãe perfeita, por isso que as coisas batem, sacou?

— Saquei, saquei — faz uma arminha com a mão e dá uma piscadela.

Quando acabamos de comer, eu pego os poucos pratos, talheres e hashis que usamos para lavar enquanto minha mãe vai se arrumar. Não demoro muito pra lavar, porque tinha pouca coisa. Procuro meu celular e me sento no sofá para responder as mensagens, inclusive as de Mark. Ele diz que sentiu saudades minhas e que vai vir aqui depois para me entregar o caderno onde anotou as as coisas que os professores passaram hoje. Mark Lee é um verdadeiro anjo.

Mamãe pega o blazer que havia deixado no sofá e me pede para trancar a porta depois. Enquanto ela tira o carro da garagem, Mark se aproxima do portão e eu vou logo abrir para ele. Em mãos, carrega uma sacola e diz que dentro está o caderno onde fez as anotações. Eu digo que isso está estranho, porque ele sempre escreve naquele fichario e não num caderno, mas ele diz que é apenas porque esqueceu o fichario em casa.

— Tá tudo bem contigo, Hyuck?

— Tá, sim. Tô ótimo — faço um joinha.

— Eu tomei um susto quando você disse que ia ao médico... — diz com os olhos fixos nos dedos indicadores que encosta um no outro, como se ele fosse um tiny boy fofo. — Pensei que você estivesse mal. Eu fiquei preocupado contigo o dia inteiro.

Me sento no sofá com as pernas esticadas e Mark separa minhas coxas para que possa deitar-se entre elas. Ele deita de barriga para baixo e fica bem próximo do meu rosto para me olhar, como se estivesse me analisando. Seu olhar desce desde meu cabelo até meu queixo, mas para na minha boca e dá um sorriso travesso depois de passar uns cinco segundos me encarando. Eu já sei o que ele quer.

Posiciono minhas mãos em seu quadril enquanto ele sobe um pouco mais o corpo para alcançar meus lábios. Roça a boca na minha com calma enquanto segura minhas bochechas quentes. Permito me vangloriar por ser tão sortudo em ter esses lábios corados e fartos só para mim. Sei que é egoísmo da minha parte, mas não tenho tempo para pensar nisso agora.

Nada mais me interessa, apenas quero compartilhar mais beijos onde nossas línguas se movimentam com ternura entre sentimentos que não estão completamente decididos, digo isso da minha parte. Sua língua não se cansa da minha e quer sempre encontrá-la, aproveitando para fazer moldes de sentimentos calculados e certeiros. Quero liberar e mostrar com orgulho meus sentimentos à ele, mas tenho tanto medo de dar tudo errado e acabarmos brigando de novo. Eu não quero mais brigar, estou cansado disso.

Antes, o beijo que me dava tinha toda uma sintonia romântica e leve, mas agora me beija com desejo, calor e muito contato. Minhas mãos sobem do seu quadril até sua cintura, onde passam por dentro das barras de sua camisa e encontram sua pele despida e quente. Mark se senta em minhas coxas e eu ergo o tronco, deixando-o reto em posição vertical.

Eu estou louco por ele e ele sabe disso. Sabe muito bem. Não faz questão de calcular os beijos que deixa em meu pescoço porque eu tombo a cabeça para trás e lhe dou todo um caminho livre. Suspiro quando ameaça me dar um chupão, mas apenas deixa outro beijo. Ele já me enganou assim umas quatro vezes só agora. Acho que Lee gosta de me ver sofrer, só pode. Finalmente chupa a pele do meu pescoço e passa em todo meu corpo uma leve dor e um grande sentimento de prazer. Mark rebola bem em cima do meu membro e isso me deixa ainda mais doido por ele. Lee sabe o que quero, mas está pagando de besta.

Lee para de dançar para mim por um instante e me dá selinhos rápidos nos lábios, mas eu não quero isso. Seguro com pouca força em seu quadril e o estimulo a dançar em mim mais uma vez, mas isso apenas lhe faz rir com maldade. Ah, que ódio. Isso que ele tá fazendo não é justo. Isso é muita maldade. Mark está me maltratando. Após muita insistência da minha parte, volta a rebolar pra mim enquanto me beija no pescoço. É muita coisa pra mim, eu não aguento.

Não quero que ele pare, mas sinto que não vou mais aguentar essas provocações semelhantes à preliminares. Ele não vai fazer mais do que isso, já entendi. Mas até que o que ele está fazendo me deixa bem satisfeito, só que eu queria mais. Sei que não ia rolar porquê não tem preservativo aqui em casa, mas eu queria tanto. Eu quero espaço e o poder de dominar, mas apenas vou aproveitar o que Mark está fazendo.

Jogo-o com pressa no sofá e enfio minha mão dentro de sua camisa até chegar em seu abdômen. Dou um fraco aperto em sua cintura e ele, inconscientemente, ergue o quadril em busca de mais contato. Ao contrário do Lee, vou sem enrolação lhe dar chupões na nuca. Não quero fingir que não lhe desejo. Nossos corpos estão numa bagunça de sentimentos entre romance e sensualidade, implorando por contatos mais íntimos. Mark quebra todo o contato, dando fracos tapas em minha coxa para que eu saísse de cima dele e eu fico sem entender.

— Eu tenho coisas pra fazer agora, meu bem — fica de pé e me olha ainda sentado no sofá.

— Mas você precisa ir embora justamente agora?

— Preciso. Desculpe, juro que não irei fugir da próxima vez — Lee me dá um beijinho na bochecha e eu lhe acompanho até a porta.

Vai com pressa até o portão de casa e me chama para abrir. Diz mais uma vez que lamenta mas que vai fazer tudo o que eu quiser na próxima, como pedido de desculpas. Me dá mais um beijo antes de ir, eu recuo um pouquinho sem saber o motivo, mas não deixo de beijá-lo. Eu estou um pouco triste, de fato, por ter que deixar pra próxima. Essas situações onde as pessoas vão embora bem na hora do vamos ver costuma me deixar um pouco chateado.
Não estou bravo com ele, mas também não estou muito feliz. Eu aceito isso, mas gostaria que pudesse ser diferente.

Colors ៚ Markhyuck (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora