Prólogo

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S/n Grimes

— Arrumem suas coisas, rápido! - disse Shane, correndo ofegante pela casa.

— Você pode pelo menos explicar o que está acontecendo? - pergunto calma, sentada no sofá ao lado de meu irmão mais novo, Carl.

— Não viram o noticiário? - olhei indiferente para ele e liguei a TV imediatamente.

O jornalista falava coisas confusas, algo sobre mortos voltando à vida. Em poucos segundos, o mesmo jornalista foi derrubado no chão, tendo sua pele arrancada por dentes de pessoas estranhas.

Fim da transmissão.

— Meu Deus... - Lori murmurou assustada, levando as duas mãos até a boca.

— Agora vocês sabem o que está acontecendo e entendem que precisamos sair daqui o quanto antes. - disse o homem, chamando novamente a nossa atenção.

Subi as escadas rapidamente e fui direito para meu quarto, colocando várias coisas dentro de uma simples mochila. Antes de sair, dei de cara com um retrato antigo em cima da minha cômoda. Uma foto minha com meus pais.

Passei meus dedos levemente pela foto e deixei uma lágrima deslizar pelo meu rosto com um pequeno sorriso nos lábios. Tirei a foto do porta retrato e a guardei em meu bolso.

Saí do meu quarto e encontrei Carl no corredor com sua mochila nas costas e as mãos cheias de gibis. Ele tinha um olhar assustado e confuso, um olhar puro e inocente.

Entrelacei nossas mãos e o puxei para o andar de baixo, onde Lori e Shane discutiam sobre algo. Ao notar a nossa presença, os dois se calaram e afastaram-se um do outro, voltando a levar as coisas para o carro.

— Espera, e o meu pai? - pergunto incrédula, vendo que o caminho que Shane seguia não era o do hospital.

— Seu pai está morto, S/n. - ele respondeu com frieza na voz, sem tirar seus olhos da estrada.

Carl, que estava ao meu lado no banco de trás, encaixou seu rosto no meu peito e envolveu suas pequenas mãos em minha cintura. Lá, ele deixou várias lágrimas molharem a minha roupa.

Eu acariciava o cabelo macio do meu irmão mais novo, pousando meus olhos em Lori e Shane, que não expressavam nenhum sinal de tristeza.

Meu pai sempre foi um homem bom, presente tanto na minha vida quanto na de Carl. Ele era carinhoso e companheiro, tinha um coração enorme e sempre estava ali para quando eu ou qualquer outra pessoa precisasse.

Todas as lembranças que tenho com o meu pai são boas, foram poucas as vezes que nós brigamos.

Minha mãe morreu quando eu tinha seis anos, poucos meses depois meu pai conheceu a Lori e dois anos mais tarde eles tiveram o Carl.

Lori sempre foi muito boa comigo, sempre me tratou com gentileza e respeito. Gosto dela. Ela e meu pai se amavam muito, mas, alguns meses antes dele levar aquele tiro, senti que os dois estavam um pouco distante.

Meu pai nunca foi muito de brigar, ele mal levantava a voz dentro de casa, e Lori não parecia gostar disso. Quando ele foi para o hospital, Shane passou a ir muito lá em casa com a desculpa de ver como estávamos, isso resultou em uma amizade estranha entre ele e Lori.

De qualquer forma, a única coisa que eu espero de verdade é que fiquemos bem.

Love in chaos - Daryl Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora