Capítulo 53

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S/n Grimes

Voltamos para o refeitório, atentos nos movimentos dos prisioneiros. Eles não são de confiança, e já percebemos que não gostam muito da gente.

— Vocês nunca tentaram fugir daqui? - T-dog perguntou, olhando para as janelas.

— Tentamos arrancar as portas. Mas se der um pio aqui, aqueles bichos vão se amontoar atrás da porta gruindo, tentando entrar. - um deles explicou. — As janelas têm grades que nem o He-Man conseguiria entortar.

— Elas são reforçadas. - o baixinho cabeludo completou.

— Eu é que não vou reclamar. Tô cumprindo quinze anos, e minha perna mal cabe nesses beliches. - o maior falou, nos fazendo olhá-lo estranho.

— Não chamam ele de "Big Tiny" por nada. - o homem descontraiu.

— Vão continuar com esse papo? - o idiota perguntou impaciente. — Tô cansado de esperar.

Seguimos os homens até a dispensa e ficamos chocados com o que vimos. Tinha comida para meses, era como um tesouro perdido.

— Isso é o que vocês chamam de pouca comida? - pergunto surpresa, tentando disfarçar minha empolgação.

— Acaba rápido. - o babaca respondeu. — Podem levar um saco de milho, umas latas de atum...

— A metade. - papai o cortou. — É o trato.

Eu e Daryl fomos olhar o que tinha ali, enquanto meu pai e o tal prisioneiro se encaravam. Algo me diz que aquele cara ainda vai nos dar muito trabalho.

— O que tem ali? - ouço meu pai perguntar, olhando para uma porta fechada.

— Não abra isso. - um deles falou, mas já era tarde demais.

Ri ao ver meu pai quase vomitar ao abrir aquela porta, me calando ao receber seu olhar repreendedor.

Pegamos metade das coisas e voltamos para o nosso bloco, atraindo o olhar de todos.

— Carne enlatada, milho enlatado, entalado a rodo. - T-dig dizia, enquanto carregávamos as caixas e sacos para dentro da cela. — Tem muito mais de onde veio isso.

— Novidades? - papai perguntou, se referindo a Hershel.

— O sangramento está sob controle e sem febre, mas a respiração está fraca e o pulso muito baixo. - Lori respondeu. — E ele não abriu os olhos ainda.

— Pega a algema, coloca nele. - meu pai pediu, se virando para que Glenn pegasse as algemas em seu bolso. — Eu não quero correr riscos.

Entrei na cela onde decidimos colocar a comida e comecei a tirar as coisas de dentro das caixas, recebendo a ajuda de Carl e T-dog.

— Darlinda, pode me ajudar aqui? - chamo pelo caçador, tentando pegar uma das caixas.

— Já disse que não é pra me chamar assim. - ele disse irritado, passando por mim para pegar a caixa no chão.

— Tá bom, caipira. - continuo o provocando, deixando o homem ainda mais irritado.

Daryl parou ao meu lado e me lançou um olhar furioso, saindo da cela em passos pesados. Eu e T-dog fomos logo atrás, nos juntando ao caçador e ao meu pai. Pegamos algumas armas e voltamos para o refeitório.

— Por que eu preciso disto, se eu tenho isso? - o metido a invencível perguntou, tirando sua arma da cintura.

— A gente não dispara arma. - Daryl respondeu, olhando para o homem com ódio em seus olhos. — Ao não ser que esteja encurralado.

Love in chaos - Daryl Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora