Capítulo 56

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S/n Grimes

Eu descia as escadas lentamente atrás de Maggie, que segurava minha irmãzinha no colo. Carl permanecia de cabeça baixa a todo momento, sem dizer uma única palavras.

Quando passamos pelo portão do pátio e atraímos todos aqueles olhares, meu coração doeu. Papai vidrou seus olhos no pequeno bebê e depois olhou para minhas mãos sujas de sangue, que continuavam segurando a arma de Carl.

— Onde... Onde ela está? - meu pai perguntou com a voz trêmula. — Onde ela está?

— Papai... - tento ir até ele, mas o mesmo se afasta, olhando diretamente para minhas mãos.

Ele olhou para a bebê e depois começou a chorar, largando o machado que tinha no chão. A dor no meu peito só aumentou ao vê-lo se jogar no chão, começando a me sentir culpada.

Vi Glenn ir até Maggie, abraçando a namorada que também se culpava pelo o que tinha acontecido. Olho para frente e lá estava Daryl com aqueles olhos azuis sobre mim.

Em passos lentos o caçador veio até mim e me abraçou fortemente, permitindo que eu molhasse seu ombro com minhas lágrimas.

Me separo do abraço e olho para Carl, que não demonstrava nenhum sentimento. Fui até ele e o puxei para mim, o abraçando com força. Ao sentir minhas mãos envolta dele, o menino finalmente se libertou. Ele chorava sem vergonha, desabando em meus braços.

Se é difícil para nós, imagina para ele que acabou de perder a mãe.

— Ei, Rick? - ouço Daryl chamar pelo meu pai, que estava ajoelhado no chão com os olhos perdidos em algum lugar. — Você tá me ouvindo? - balançou sua mão na frente do homem, que nem ao menos se movia. — Rick? Rick?

— Deixe eu ver o bebê. - Hershel pediu, fazendo Carl pegar a irmã e ir até ele.

— O que a gente vai dar pra ela? - Daryl perguntou rapidamente, parando na frente do senhor. — Tem alguma coisa aqui que bebê possa comer?

— A boa notícia é que ela parece saudável. - foi o que Hershel disse, ainda com os olhos no bebê. — Mas ela precisa se alimentar, e logo. Se não ela não vai sobreviver.

— Não, nem pensar! Ela não. A gente não vai perder mais ninguém. - Daryl falou, arrumando sua besta nas costas. —  Eu vou atrás...

—Vou te ajudar! - Maggie disse rapidamente.

— Eu também vou! - Glenn se voluntariou depois da namorada.

— Eu também. - digo um pouco mais baixo, fazendo todos me olharem.

— S/n, você... - o caçador tentou argumentar, mas eu o ignorei.

— Eu volto logo, tá bom? - abaixo para ficar na altura de Carl. — Vamos encontrar algo pra nossa irmãzinha comer.

— Promete que vai voltar? - ele perguntou com os olhos inchados e o rosto encharcado.

— Eu prometo. - eu disse com a voz firme, segurando o rosto do garoto com as duas mãos. — É uma promessa.

Levanto meu mindinho e espero Carl levantar o seu também, os entrelaçando como forma de pacto. Passei minha mão cuidadosamente pela cabeça do bebê e forcei um sorriso, ficando de pé novamente.

— Certo... - Daryl assentiu. — Vem cá, Beth!

O caçador disse algo para a loira, depois veio até nós outra vez.

— Vocês, cuidem da cerca! - ele disse para os dois prisioneiros. — Se juntar muitos, a gente vai tá encrencado.

Papai do nada se levantou e pegou seu machado, entrando rapidamente no nosso bloco.

Love in chaos - Daryl Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora