Capítulo 41

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S/n Grimes

Acordo com a claridade batendo em meu rosto, sentindo algo pesado em volta da minha cintura. Abri os olhos com dificuldade e vi Daryl dormindo ao meu lado, me apertando contra seu corpo.

Levanto em um pulo ao perceber onde estava.

— Bom dia pra você também. - disse Daryl com a voz rouca, coçando o olhos enquanto bocejava.

— Eu dormi aqui! - digo com desespero na voz, me vestindo o mais rápido que podia.

— E? - ele deu de ombros. — Volta pra cá. - pediu com a voz manhosa, segurando meu braço.

— O pessoal já deve estar acordando. Papai deve estar me procurando. Se alguém descobrir o que nós fizemos ontem a noite, estaremos mortos. - falei, olhando seriamente para seus olhos azuis.

O caçador apenas revirou os olhos e começou a se vestir também. Termino de me vestir e passo as mãos pelo cabelo, arrumando o mesmo. Olho para trás e vejo o caçador vestido apenas com a calça, me encarando com aquele seu olhar sério e indecifrável.

— Você está bem? - ele perguntou, a preocupação estava nítida em sua voz. — Eu te machuquei?

— Eu não podia estar melhor. - digo, indo até ele. — A noite passada foi perfeita.

Ele sorriu aliviado e me beijou, segurando a minha cintura com força. Encerrei o beijo com um selinho e saí da barraca às pressas, sentindo os olhos do caçador sobre minhas costas.

Ao me aproximar do acampamento vejo todos correndo de um lado para o outro, pareciam estar se preparando para uma busca.

— Graças a Deus! - papai falou, vindo correndo até mim. — Onde estava?

— Eu... eu... eu estava... - tento encontrar uma desculpa convincente, sem obter sucesso.

— Chamei ela pra colher umas frutas comigo mais cedo. - ouço a voz de Maggie ecoar atrás de mim, olho para a mesma e sorrio agradecida.

— Você nos deu um baita susto. - disse Lori, se aproximando de nós.

— Da próxima vez que sair assim, nos avise. - disse meu pai com a voz séria, me puxando para um abraço.

Assinto com a cabeça assim que nos separamos do abraço, indo falar com os outros. Shane tinha aquela cara fechada de sempre, ele tentou me dar um monte de sermões, mas papai o cortou rapidamente.

Depois que todos se acalmaram eu fui até a casa dos Greene, encontrando Maggie no quarto com Beth. A mais nova ainda estava em choque, o que nos deixava cada vez mais preocupados.

— Ela ainda não reagiu? - pergunto, entrando cautelosamente no quarto.

— Infelizmente não. - a fazendeira respondeu com pesar. — Papai deu um sedativo a ela, estamos torcendo pra que ela acorde logo.

— E ela vai. - digo esperançosa, colocando minha mão em seu ombro.

Maggie colocou sua mão sobre a minha e me olhou por cima dos ombros, abrindo um sorriso malicioso.

— Vai me contar o que aconteceu noite passada? - ela perguntou, ainda com aquele sorrisinho idiota no rosto.

— Glenn te contou, não foi? - perguntei, mesmo sabendo a resposta.

— Aquele ali é péssimo em guardar segredos. - Maggie disse e sorriu. — Mas agora me diz, como foi?

— Como foi o quê? - indaguei.

— Não se faça de desentendida. Eu vi você indo até a barraca do Daryl ontem a noite. - ela disse. — Vocês passaram a noite juntos, isso é óbvio. Se não, por que você não contaria a verdade pro seu pessoal?

Encaro a mulher por alguns segundos e solto um longo suspiro, abrindo um sorriso bobo logo em seguida.

— Nós transamos. - confessei.

— Jura? Eu nem desconfiava. - ela fingiu surpresa, me fazendo revirar os olhos. — Como foi?

— Foi bem estranho no começo, um pouco desconfortável e doloroso, mas depois ficou tão...

— Mágico. - Maggie completou. — Sei bem como é essa sensação. Minha primeira vez também foi um pouco dolorosa, mas depois eu senti a melhor sensação da minha vida. - ela contou. — Você disse à ele que era virgem?

— Sim, eu disse que eu era virgem. - respondo sua pergunta, tentando disfarçar o quanto eu estava envergonhada.

— E como ele reagiu? - a fazendeira continuou fazendo perguntas. — Alguns homens costumam ficar receosos, outros ficam animados até demais.

— Ele hesitou um pouco. Achei até que fosse desistir, mas depois ele veio até mim e prometeu ser cuidadoso. E ele foi. - digo.

— Espera, nós estamos mesmo falando de Daryl Dixon? - ela perguntou em tom brincalhão, o que me fez rir.

— Mas e o Glenn? Ele me disse que conversou com você, mas que as coisas ficaram más. - comento, vendo a mulher abaixar a cabeça.

— Ele disse que ficou pensando em mim na noite que vocês estavam no bar. - ela disse.

— E isso não é bom? - pergunto confusa.

— Segundo ele, não. - Maggie respondeu. — Ele disse que hesitou porque ficou pensando em mim e em como eu ficaria caso acontecesse algo com ele. Disse que travou e que a culpa foi minha. - a mulher contava com a voz triste, olhando para as mãos.

— Acredite em mim, ele gosta de você. - digo, a fazendo olhar para mim. — Glenn é um cara confuso e muito atrapalhado. Acho que ele não tem muita experiência com esse tipo de relacionamento, então tudo é muito novo pra ele. Mas ele gosta de você, Maggie. Gosta muito.

— E o que eu devo fazer? - ela perguntou, interessada na minha resposta.

— Eu não sou a melhor pessoa para dar esse tipo de conselho. Afinal, eu era virgem até ontem a noite. - eu disse. — Mas, na minha opinião você deveria falar com ele. Se depender do Glenn, vocês não vão sair do lugar. Ele é meu melhor amigo, e eu amo ele. Mas eu tenho que confessar, ele é a pessoa mais lerda que eu conheço.

Depois do que eu disse, Maggie riu. Nós ficamos conversando por bastante tempo, não só sobre ela, sobre mim e o Daryl também.

Eu sinto que posso confiar na Maggie tanto quanto confio no Glenn. E isso é bom. Por mais que eu possa contar tudo para o Glenn, às vezes é necessário opiniões e conselhos femininos.

Love in chaos - Daryl Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora