Capítulo 23

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S/n Grimes

— Por que você está sempre me encarando? - pergunto, vendo ele sentar ao meu lado.

— Uma vez me disseram que o que é bonito tem que ser admirado. - ele disse de repente, me deixando sem graça. — Vermelho fica bem em você.

— Como? - olho para ele confusa.

— Quando fica vermelha. - apontou para meu rosto. — Assim, toda corada.

Fiquei ainda mais envergonhada e virei meu rosto, o escondendo entre as mãos. Ouvi Daryl rir, ainda me secando com o olhar.

— Você... lembra daquela noite? - ele perguntou depois de um tempo, cessando a risada.

— Que noite? - me faço de desentendida, olhando bem para seus olhos azuis.

— Lá no CCD, depois do jantar. - respondeu. — No meio da noite você tava vomitando e... eu te ajudei... aí... - Daryl não sabia exatamente como dizer ou perguntar aquilo, e eu estava me segurando para não rir.

— Eu não me lembro disso. - falo rapidamente. — Só lembro de colocar o Carl pra dormir, só isso. Por quê? Eu fiz algo?

— Nada que devesse lembrar. - ele disse, voltando com seu tom rude.

Ficamos em silêncio por um tempo, um silêncio bastante perturbador. Eu me perguntava como alguém podia ser tão bipolar quanto Daryl. Uma hora ele é gentil e parece se preocupar comigo, mas depois ele volta com o seu mal humor.

— Olha, eu... - Daryl ia falar algo, mas foi interrompido pela voz do meu pai.

— Shane e eu vamos continuar procurando por essa área. Vocês podem voltar para a margem do rio com os outros. - ele informou. — Daryl, você está no comando.

— Vai dividir a gente? Tem certeza? - o homem ao meu lado perguntou, ficando de pé.

— Sim. - papai assentiu. — Alcançamos vocês depois.

Nesse momento, todos já estavam aqui fora. Glenn me olhou curioso assim que percebeu que eu estava sozinha com Daryl. Olhei brevemente para ele, fazendo o mesmo entender que depois conversávamos.

— Eu quero ficar também. - Carl disse. — Sou amigo dela.

— Toma cuidado, tá bom? - Lori pediu, vendo que nosso pai acabou cedendo.

— Tá bom. - ele assentiu, deixando Lori ir se despedir do marido.

— Quando você começou a crescer? - pergunto para o garoto, indo até o mesmo.

Me ajoelhei e abracei Carl com bastante força, o que fez o garotinho pedir por socorro enquanto ria. Segurei seu rosto com as duas mãos e o admirei por alguns segundos, depois deixei um beijo em sua testa.

— Cuide do papai por mim. - peço em tom brincalhão.

— Pode deixar comigo! - ele disse empolgado, me dando mais um abraço.

Fui até meu pai e o abracei. Ele beijou minha bochecha e me afastou, segurando minhas duas mãos com firmeza.

— Eu não vou demorar muito. - ele disse, tentando me tranquilizar um pouco mais.

— Acha que estou preocupada com você? - pergunto irônica. — Você tem um cão raivoso te protegendo. - olho para Carl, que ria da minha fala.

— Toma, fique com isso. - papai estendeu sua arma para mim.

— Não vou deixar você desarmado. - recuso.

— Aqui, eu tenho outra. - disse Daryl, vindo até nós com uma arma na mão. — Pega.

Love in chaos - Daryl Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora