Capítulo 21

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S/n Grimes

— O rastro sumiu. - disse meu pai, sem conseguir enxergar mais pegadas.

— Não, só diminuiu. - Daryl falou, totalmente concentrado. — Ela veio por aqui.

— Como você sabe? - pergunto. — Eu também não vejo nada. Terra, mato...

— Quer uma aula sobre rastros ou quer achar aquela garota logo pra gente voltar pra estrada? - ele perguntou com grosseria, focado apenas no rastro que diz que ainda tem.

Preferi ficar calada, o seguindo com meu pai. Caminhávamos de forma cautelosa, com cuidado para não apagar as pegadas ou atrair zumbis.

Abaixamos rapidamente ao ver um zumbi vagando ali perto. Daryl fez sinais com as mãos, mandando eu e meu irmos para o mesmo lado. Enquanto atraíamos o zumbi, Daryl o matou por trás com sua besta.

— Sophia! - Daryl gritou pela garota, mas sem sinal dela.

— Tá procurando o quê? - pergunto para meu pai, vendo o mesmo analisar a boca do morto.

— Pele embaixo das unhas. - respondeu.

Eu e Daryl abaixamos ao seu lado, prestando atenção no que ele fazia. Daryl estava bem atrás de mim, inclinando a cabeça por cima dos meus ombros. Eu sentia sua respiração quente no meu pescoço, com seu rosto bem ao lado do meu.

Me arrepiei ao ouvir sua voz grossa perto do meu ouvido e fechei os olhos disfarçadamente, tentando controlar meu nervosismo. Eu nem sei por que estava nervosa. Só sei que aquele homem estava mexendo comigo. E muito.

— Ele se alimentou a pouco tempo. - disse meu pai. — Tem carne nos dentes dele.

— Que tipo de carne? - Daryl perguntou, apoiando suas mãos na minha cintura para não cair.

— Só tem um jeito de saber. - quando papai disse aquilo, eu o olhei confusa.

Meu pai tirou uma faca da cintura e levantou a blusa do zumbi, pronto para abrir sua barriga, mas antes que ele fizesse qualquer coisa Daryl se levantou.

— Aí, deixa que eu faço. - o homem falou enquanto se levantava, permitindo que eu soltasse todo o ar que havia prendido. — Afinal, quantos você já matou e arrancou as tripas? Minha faca é mais afiada.

Um cheiro horrível subiu quando Daryl começou a abrir a barriga daquele zumbi. Virei a cara e tapei o nariz com o antebraço, me segurando para não vomitar.

— Agora é a parte feia. - Daryl avisou, enfiando  suas mãos cobertas por luvas no estômago do zumbi.

Puta merda... aquilo era muito nojento.

Daryl tirava as tripas do morto como se estivesse tratando um cervo ou algo do tipo, nem parecia se importar. Já meu pai fechava os olhos e tapava o nariz. Eu preferi nem olhar, aquilo era demais para mim.

— Achou alguma coisa? - pergunto, ainda sem olhar para aquela cena nojenta.

— É, ele teve uma refeição grande agora há pouco. Eu tô sentindo. - ele disse.

Ele continuou mexendo até tirar de lá o estômago, jogando o mesmo no chão para que pudéssemos analisar. Eu continuei com o rosto virado, apenas fazendo perguntas.

— Vamos, princesa. Olhe. - Daryl mandou, olhando para mim com um sorriso divertido no rosto.

Virei minha cabeça ao poucos e quase vomitei ao ver a barriga do zumbi totalmente revirada, com o estômago jogado bem ao lado.

— Que foi? Tá com nojinho? - Daryl continuou brincando, agora, ameaçando me sujar com aquelas mãos ensanguentadas.

— Nem pense nisso. - digo séria, levantando um dedo entre eu e ele.

Love in chaos - Daryl Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora