Capítulo 63

10K 923 279
                                    

S/n Grimes

— Você disse que achou o grupo do Tyreese aqui? - Glenn perguntou para Carl, depois de desenhar no chão um mapa improvisado da prisão. — A gente fechou isso. - ele disse, apontando para uma das salas.

— Ele achou que veio por aqui. - meu irmão falou, apontando para uma outra sala.

— Significa que tem outra entrada. - disse o coreano. — A parte toda da frente da prisão não tá segura. Se os zumbis entraram fácil, vai ser moleza pra um grupo de homens armados.

— Por que você acha que ele vai atacar? - Beth perguntou. — Talvez tenham assustado ele.

— Ele tinha aquários cheios de cabeças. Zumbis e humanos. Troféus. - a mulher, cujo nome descobrimos ser Michonne, falou. — Ele vem.

— Devíamos atacar ele agora. Ele não vai tá esperando. - Glenn sugeriu. — Entramos escondidos e eu meto uma bala na cabeça dele.

— Não somos assassinos. - Carol falou por cima.

— Você sabe onde é a casa dele? - Glenn ignorou a mulher, levantando e indo até Michonne. — A gente pode acabar com isso hoje. - a samurai apenas suspirou. — Eu mesmo mato ele.

— Tá. - a mulher deu de ombros.

— Ele não sabia que você apareceria da última vez, e olha o que aconteceu. - disse Hershel, tentando acabar com aquela ideia estúpida do asiático. — Você quase foi morto, o Daryl foi capturado, e você e a S/n quase foram executados.

— Não pode me impedir. - disse Glenn.

— O Rick nunca permitiria isso. - Hershel continuou a discursão.

— Acha mesmo que ele tá em condições de tomar essa decisão? - perguntou o coreano, parado bem na frente do senhor.

— Pense melhor nisso. - Hershel pediu. — T-dog perdeu a vida aqui. A Lori também. Os homens que estavam aqui... Não vale mais a pena tanta matança. O que estamos esperando? Se ele está mesmo vindo pra cá, devíamos sair daqui agora.

— E ir pra onde? - Glenn o questionou.

— Vivemos nas estradas o inverno todo. - disse o ex fazendeiro.

— Isso foi quando você tinha duas pernas e a gente não tinha um bebê chorando pra atrair zumbis toda hora. - o rapaz falou um pouco impaciente.

— Glenn está certo, sobre isso pelo menos. - digo. — Lutamos por esse lugar, não podemos desistir dele tão fácil.

— Não podemos ficar aqui. - o senhor insistiu.

— Não podemos fugir! - Glenn continuou discutindo.

Cansada daquilo, dei às costas para todos e andei até a minha cela. Judith dormia dentro de uma caixa que Carol encheu de cobertores. Sentei na minha cama e fiquei observando a garotinha, acariciando seu rosto com cuidado para não acordá-la.

Pude ouvir Glenn discutir mais uma vez com o pessoal, mas tentei não dar importância. O que foi muito difícil.

Olho para a porta da minha cela ao ouvir os passos pesados do coreano. Ele parou por alguns segundos e ficou me encarando. Eu podia ver e sentir todo o ódio e culpa que havia em seus olhos, toda a sede de vingança e arrependimento.

Love in chaos - Daryl Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora