Capítulo 48

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S/n Grimes

Contra a vontade do caçador, eu o segui até a parte de trás da casa, onde estava sua moto e os outros veículos. Sem pensar muito eu subi na garupa do homem, que logo deu partida.

Fomos na frente, enquanto os outros nos seguiam.

O plano que tínhamos era sair atirando em todos os zumbis que pudéssemos, depois os atrairíamos para bem longe. Eu sabia que aquilo não ia dar certo, mas como se convence um senhor tão emocionalmente apegado a uma fazenda a deixá-la e fugir?

Vejo o celeiro em chamas, e um sorriso fraco escapa dos meus lábios. Aquilo só podia ser coisa do meu pai. Eu tinha certeza.

Maggie dirigia um dos carros com Glenn no banco do passageiro, dando voltas pela fazenda e atirando nos zumbis que se aproximavam. T-dog e Andrea faziam o mesmo.

Enquanto Daryl pilotava a moto, eu atirava nos zumbis que vinham atrás da gente, derrubando todos que eu podia.

— Deve ter sido o Rick ou o Shane que começou o fogo. Vai ver estão tentando sair pelos fundos! - Daryl falou para Jimmy, estacionando sua moto perto do velho trailer. — Pega o trailer e dá a volta!

— Pode deixar! - Jimmy concordou, ligando imediatamente o veículo.

Daryl deu partida em sua moto novamente, indo para longe. Tentamos nos juntar aos outros, mas era impossível. Os zumbis estavam por toda parte, em todo lugar.

— Pra onde está indo? - pergunto desesperada, vendo o homem seguir para fora da fazenda.

— Vamos morrer se ficarmos aqui. - ele disse, alto o suficiente para que eu ouvisse.

— Não podemos deixar os outros! - grito, atirando em alguns zumbis que chegavam perto de nós.

— Estou mais preocupado em tirar você daqui. - Daryl falou, focado em desviar dos mortos.

O caçador saiu da fazenda sem ao menos olhar para trás, enquanto lágrimas caíam dos meus olhos.

Apertei a cintura de Daryl o mais forte que consegui e fechei meus olhos, tentando não olhar para os zumbis a nossa volta.

Eu sentia o vento gelado bater em meu rosto, bagunçando todo meu cabelo, enquanto pensamentos horríveis invadiam a minha cabeça. O dia já estava amanhecendo, e o sol estava começando a me deixar mais paranóica e nervosa do que eu já estava.

— Daryl, para a moto. - peço, sendo ignorada pelo homem. — Para essa moto, agora!

Daryl bufou e parou a moto no acostamento, me deixando descer da mesma. Me joguei sentada no chão, colocando os cotovelos nos joelhos e enterrando meu rosto nas mãos.

Nesse momento as lágrimas já caíam descontroladamente, e respirar estava ficando cada vez mais difícil.

O caçador me observava em silêncio, ainda sentado na moto, mas veio rapidamente até mim ao ver que eu estava tendo dificuldade para respirar.

— Ei! Ei! - ele me fez olhá-lo. — Lembra daquele dia no CCD? - perguntou, segurando meu rosto com as duas mãos. — É só respirar e contar até dez.

Olhei no fundo dos olhos azuis de Daryl e comecei a acompanhá-lo na contagem. Ele respirava junto comigo, ainda com suas mãos em meu rosto e os olhos fixos nos meus.

— Está melhor? Consegue respirar? - a preocupação em seu tom de voz era evidente, o que me deixava um pouco confusa e surpresa.

— Sim... Eu consigo. - digo baixinho, secando meu rosto encharcado pelas lágrimas.

Ainda focado nos meus olhos, Daryl afastou minha mão e secou ele mesmo meu rosto. Seus dedos acariciaram minha bochecha de leve, fazendo as batidas do meu coração voltarem ao normal.

— Acha que eles sobreviveram? - eu perguntei com aflição.

— Eu não sei. - foi sincero.

— E o que faremos agora? - pergunto, curiosa e preocupada.

— Acho que o mais inteligente é ir pra estrada. Provavelmente os outros farão o mesmo. - ele respondeu, tirando suas mãos de mim e indo até a moto.

— E se eles não estiverem lá? - o questionei, levantando logo em seguida.

— Se eles não estiverem lá, nós vamos seguir em frente. - o caçador deu de ombros, com as costas viradas para mim.

— Seguir em frente? O que quer dizer com isso? - segurei seu braço, fazendo o mesmo me olhar.

— Há uma chance de estar todos mortos agora, e você sabe disso. Não vou ficar aqui dizendo coisas legais e positivas só porque é o que você quer ouvir. Estou sendo sincero, e te preparando para o pior. - Daryl falou com aquele seu tom grosso e meio seco.

Eu não disse nada, apenas continuei o encarando. Daryl me deu as costas outra vez e subiu em sua moto, posando seu olhar sobre mim.

— Podemos ir agora? - perguntou impaciente. — Não é seguro ficarmos aqui.

Abaixo minha cabeça e sento na garupa, apertando a cintura do homem mais uma vez. Ele respirou fundo e finalmente ligou a moto, seguido na direção da estrada.

Eu torcia para que os outros estivessem bem, e que seguissem para estrada como nós. Sei que Daryl está certo sobre a possibilidade de estar todos mortos, mas não quero pensar nisso.

Prefiro ser positiva e pensar que todos estão nesse exato momento seguindo para o mesmo lugar.

...

Capítulo curtinho só pra não deixar vcs sem nada hj ☺️😘

Love in chaos - Daryl Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora