Capítulo 16

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S/n Grimes

Acordei meio atordoada, sem saber que horas eram e sentindo uma dor de cabeça insuportável. Olho para o lado enquanto tirava os fones do ouvido e vejo que Carl já não estava mais ali.

Me arrasto até o banheiro e troco de roupa, escovando os dentes logo em seguida. Dobrei os cobertores e forrei a cama onde Carl havia dormido, ouvindo leves batidas na porta.

— Bom dia! - disse meu pai, parado na minha porta com um sorriso no rosto. — Dormiu bem?

— Bem melhor do que nos últimos dias. - digo com um leve tom de brincadeira. — E você?

— Muito bem também. - ele respondeu. — Tá com fome?

— Um pouco. - eu falei, caminhando até o refeitório ao seu lado.

Chegamos no refeitório e me deparei com uma cena hilária. Estavam todos espalhados pelos cantos com caras de poucos amigos. Vejo Glenn sentado em um canto qualquer com a cabeça enterrada no braço, enquanto usava a mão livre para acenar pra mim.

Edwin deixou alguns comprimidos para a gente, certeza que ele já sabia como acordaríamos. Agradeci mentalmente por aqueles remédios, minha cabeça estava explodindo.

— Estão de ressaca? - Carl perguntou com aquela voz meiga.

— Sim. - murmuro, fechando os olhos na tentativa de fazer aquela dor passar. — Por quê? - pergunto, sem dar muita importância.

— Mamãe disse que vocês estariam. - ele disse, me fazendo rir pelo nariz.

— Dessa vez eu tenho que dizer que sua mãe estava certa. - acabo confessando.

— Ovos, em pó, mas é minha especialidade! - disse T-dog, vindo até nós com uma frigideira na mão. — Nem vão notar a diferença. Proteína que vai ajudar na ressaca. - falou rindo, colocando os ovos no prato de Glenn.

— Nunca mais me deixem beber de novo. - disso o coreano, enterrando o rosto nas mãos.

Ri do seu estado e acariciei suas costas, dando uma leve apertada em seu ombro. Shane logo entrou no refeitório, fazendo Lori fechar a cara.

— Se sente tão mal quanto eu? - papai pergunto, indo até ele.

— Pior. - o ex policial respondeu.

— O que aconteceu com você? - T-dog perguntou, apontando para as marcas de unhas no pescoço de Shane.

— Deve ter sido enquanto eu dormia. - o homem tentou explicar.

— Eu nunca vi você fazer isso antes. - disse meu pai, um pouco desconfiado.

— Eu também não. - Shane falou, dando um gole em seu café. — Isso não é coisa minha. - lançou um olhar disfarçado para Lori.

Abri um sorriso sarcástico e olhei para Lori, me controlando para não voar no pescoço daquela piranha. É sério que ela e o Shane transaram com meu pai aqui? Isso já está passando dos limites.

Lori retribuiu meu olhar, mas, diferente do meu, o seu transmitia culpa. Ela sussurrou um "conversamos depois", eu apenas assenti.

— Bom dia. - o médico nos cumprimentou, entrando no refeitório.

— Bom dia! - todos respondemos ao seu cumprimento, uns com mais animação que outros.

— Dr., não quero começar o dia te enchendo de perguntas... - Dale começou, sendo cortado pelo médico.

— Mas vai perguntar.

— Não viemos aqui pelos ovos. - disse Andrea.

— Venham comigo! - ele pediu, saindo pela porta que havia acabado de entrar.

Love in chaos - Daryl Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora