Capítulo 71

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S/n Grimes

— Você não sabe seguir rastros. - ouvi Daryl falar pro meu pai, os dois estavam andando pelos corredores da prisão.

— Então, vamos nós dois. - papai insistiu, mas Daryl negou outra vez.

— Não, só eu. Já disse que ia, eu vou. Eles vão voltar pra cá, você tem que ficar pronto. Sua família também.

— Eu também vou! - paro na frente dos dois.

Daryl e meu pai ficaram me encarando por um tempo, negando com a cabeça e respirando fundo.

— Não mesmo, é perigoso. - papai foi o primeiro a dizer.

— Tudo é perigoso. - cruzo os braços, começando a deixar meu pai irritado.

— S/n, eu não quero... - dei um passo para trás quando meu pai começou a elevar o tom de voz, sendo interrompido por Daryl.

— Relaxa, eu cuido dela. - olho para o caçador com a mesma estranheza que meu pai, surpresa com sua atitude.

— Pode fazer isso? - meu pai perguntou com receio.

— Aham, não se preocupe. - Daryl concordou, fazendo meu pai ceder.

Saímos pelos fundos da prisão, era o único jeito de sair sem sermos pegos pelos zumbis. Estávamos caminhando em silêncio, quando eu resolvi puxar assunto.

— Por que não tentou me fazer ficar na prisão?

— Ia adiantar? - ele me questionou, trazendo o silêncio de volta.

— Como aprendeu a fazer isso? - pergunto, quebrando o silêncio de novo.

— Isso o quê? - Daryl me olhou com o cenho franzido.

— Rastrear, caçar, usar esse negócio que atira flechas... - aponto para sua besta.

— Você é tão irritante. - ele murmurou, focando nos rastros que haviam no chão.

— É, mas você gosta de mim mesmo assim. - digo convencida.

— Defina gostar. - o homem deu de ombros.

— Sabe, dizem que quando duas pessoas estão apaixonadas e se olham, a batida de seus corações sincronizam. - digo sem pensar, fazendo o caçador parar no meio do caminho.

Cheguei bem perto dele, olhando bem no fundo daqueles olhos azuis. Coloquei a mão em seu peito e senti seus batimentos, no mesmo instante eu peguei a sua mão e coloquei no meu peito.

Nossos corações batiam na mesma sincronia.

Depois de uma tosse forçada, Daryl tirou a mão do meu peito e continuou andando com os olhos no chão.

— Acho que você tem uma quedinha por mim. - falei com um sorrisinho no rosto, tentando descontrair.

— Quem? Eu? - me olhou estranho. — Não mesmo!

— Sim, você tem. - continuei provocando o homem.

Daryl bufou e me ignorou, enquanto eu ria do seu jeito durão e sério.

— Vem cá, por que não acredita no amor? - resolvo perguntar, deixando a brincadeira de lado.

— Quem disse que eu não acredito? - ele perguntou por cima, olhando para mim com intensidade.

Love in chaos - Daryl Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora