Capítulo 58

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S/n Grimes

Glenn estacionou o carro na frente de um supermercado. Ele foi na frente para ver se o lugar estava limpo, enquanto eu esperei do lado de fora com minha arma em punho.

— Tudo limpo! - ele gritou de lá de dentro, me chamando com a mão.

Entrei com cautela e comecei a fazer uma varredura no lugar. Passei pelas prateleiras e pelas sessões, rindo com animação ao encontrar várias latas de fórmula.

— O que foi? - Glenn perguntou ao ouvir minha risada.

Como resposta, apenas levantei duas latas. O coreano riu também e continuou andando pelo lugar.

— Ali, pega aquilo. - aponto para um pato de borracha jogado no chão.

— É sério? - ele perguntou, olhando para o brinquedo.

— Crianças precisam de brinquedo. - foi a única coisa que eu disse.

Glenn pegou o pato e jogou na cesta que tinha em mãos, caminhando até a sessão onde eu estava.

— E aí? - olhei para ele confusa. — Digo... Como vão as coisas?

— Você precisa melhorar a sua interação com as pessoas. - digo, colocando as latas de fórmula dentro da minha cesta.

— Eu só quero saber como você está. - ele disse.

— Estou bem. - respondo de maneira simples, dando de ombros.

— Não, não está. - Glenn negou e passou a olhar para mim. — Você atirou na sua madrasta, seu pai está fora de si e seus dois irmãos dependem de você. Então, não. Você não está bem.

Eu não disse nada, apenas olhei para o rapaz e saí do mercado, sendo seguida pelo mesmo.

— Você não quer conversar, respeito isso. - ele disse, parando na minha frente. — Mas prometa que vai me procurar caso sinta necessidade de desabafar.

— Tá, eu prometo. - cedi.

— Ótimo. - o coreano abriu um sorriso satisfeito. — Agora vamos! Se fomos pela estrada reta, chegaremos na prisão antes do jantar.

— Sabe, eu gosto daqui. Do silêncio. - comento. — Lá em casa dá pra ouvir eles da cerca.

— E o que vocês, boa gente, chamam de casa? - uma voz grossa ecoa atrás de nós.

Levantamos nossas armas e apontamos para o homem que vinha em nossa direção, franzindo o cenho ao ver quem era.

— Merle? - eu e Glenn perguntamos em uníssono.

— Oi, princesa. - ele disse com aquela voz nojenta, me olhando dos pés a cabeça.

— Pra trás! - grito, vendo que o mesmo vinha em nossa direção.

Merle colocou sua arma no chão e levantou as duas mãos, ou uma mão, não sei, mantendo aquele sorrisinho idiota no rosto.

— Você conseguiu. - Glenn falou quase em um sussurro.

— Poderiam me dizer se meu irmão está vivo? - ele perguntou.

— Sim, ele está. - respondo séria, segurando minha arma com firmeza.

— Que tal, me levarem até ele? E eu deixo quieto tudo que aconteceu lá em Atlanta. Sem ressentimentos. - sugeriu, aumentando ainda mais o sorriso que tinha nos lábios. — Gostou disso? - ele perguntou para Glenn, que encarava a faca encaixada onde um dia foi uma mão. — Bom, eu encontrei um depósito de material médico. Eu mesmo me tratei. Bem legal, né?

Love in chaos - Daryl Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora