Capítulo 62

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Daryl Dixon

— Não tem nada aqui além de mosquitos e formigas. - digo para o idiota do meu irmão.

— Paciência, irmãozinho. - ele disse, enquanto mijava em uma árvores. — Mais cedo ou mais tarde, um esquilo vai acabar cruzando seu caminho.

— Mesmo assim, não é muito comida. - falei sem muita paciência.

— É melhor do que nada. - Merle deu de ombros.

— É melhor dar uma vasculhada naquelas casas que a gente viu na estrada. - sugiro.

— Foi isso que seus novos amigos te ensinaram? - ele perguntou, parando na minha frente. — A procurar por migalhas?

— A gente tá caçando há horas. Que tal achar um rio e tentar pescar uns peixes? - dou outra sugestão.

— Acho que estar é querendo me levar pra estrada. Me levar pra àquela prisão. - Merle falou desconfiado.

— Eles têm abrigo, comida, privada pra mijar... - tento convencê-lo. — Acho que não é uma má ideia.

— Pra você talvez não, mas pra mim lá não vai ser fácil. - ele falou.

— Vão acabar se acostumando. - digo apontando minha besta para o chão.

— Eu sei que você quer voltar por causa da princesinha Grimes. - disse meu irmão de forma provocativa. — Aquela garota é mesmo uma grande gostosa, parabéns! As novinhas são sempre as melhores.

— Não fale dela assim, entendeu? - eu disse entre os dentes, parando bem perto do corpo daquele idiota.

— Tanto faz! - ele deu de ombros outra vez. — Estão todos mortos. Não faz mais diferença.

— Como pode ter certeza? - pergunto, mesmo não me importando muito com sua opinião.

— Nesse momento, ele já deve estar preparando uma bela festa. Ele vai enterrar o que restou dos seus amigos. - ele falou e saiu andando na minha frente. — Vamos pescar, anda!

Caminhamos alguns quilômetros até chegar em um rio. Merle não parava de encher meu saco com aquelas piadas sujas e sem graça, ou com comentários idiotas sobre os outros.

— Pra mim tem cheiro do Saugahatchee. - Merle supôs, andando pela trilha que estávamos seguindo.

— A gente não foi pro oeste. Se tem um rio ali, só pode ser o Yellow Jacket. - eu disse.

— Bateu a cabeça, é? - como sempre, ele tinha que estar certo. — A gente nem tá perto do Yellow Jacket.

— A gente não foi pro oeste, só um pouco pro sul. - repito. — É o que eu acho.

— Sabe o que eu acho? - ele perguntou, enquanto eu tentava ignorá-lo. — Eu posso ter perdido a mão, mas você perdeu o seu senso de direção.

— Tá, vamos ver. - digo com firmeza.

— Quer apostar? - Merle ficou animado.

— Eu não vou apostar nada! - nego com o cenho franzido. — É só um pouco d'água. Por que tudo tem que ser uma competição pra você?

— Pega leve, maninho. Só tô tentando me divertir um pouco, não precisa ficar todo irritadinho. - ele deu de ombros. — Acho que ficar longe da sua namoradinha e daquele corpinho bonito tá te deixando mal-humorado. Diz aí, como é transar com a filha do xerife? Eu sempre quis...

— Fale sobre a S/n de novo e eu acabo com você! - o empurrei contra uma árvore.

— Calma aí, Darlinda. - Merle levantou as mãos. — Prometo não falar mais nada sobre a pequena Grimes. - disse com aquele sorrisinho idiota e provocativo.

Love in chaos - Daryl Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora