GM – Guilherme
Vou mentir pra tu não, eu tava feliz pra porra menó. Pensava que a Loirinha nem olhar na minha cara ia, mas tá aí a pilantra falando de como minha bunda é gostosa. Ela só está assustada com tudo o que passou, mas fora isso o pai ainda tá na pista fi.
Assim que o elevador abriu, a perna curta saiu a mil em direção a recepção.
— Tu fica aqui olhando quem entra e sai que eu vou atrás dela — falei assim que saímos da caixa de aço e ele me olhou desconfiado.
— Tu não arruma B.O pra mim não, GM. Aprecio minha vida tranquila sem novas emoções.
— Fica sussa. Se de merda eu seguro o B.O todo — bati no ombro dele e fui até a Loirinha que tinha as costas eretas demais e que puxara a mão de forma brusca da do recepcionista, que parecia ter a acariciado enquanto pegava a identidade dela.
Apressei meus passos e assim que cheguei, coloquei minha mão em seu ombro, fazendo-a dá um pulinho de susto e todo o seu corpo ficar tenso. Madu olhou por cima do ombro rapidamente e quando me viu relaxou um pouco, porém ainda era possível ver uma faísca de insegurança passando por eles. Encarei o filho da puta que olhava pra ela como se fosse comê-la encima desse balcão e rosnei baixo para ele.
— Já conseguiu o que queria, Amor? — perguntei para ela olhando para o desgraçado – que ainda a encarava – com um olhar que poderia matar ele aqui mesmo.
A Loirinha negou e baixou a cabeça para se livrar do olhar imundo do filho da puta.
— O rosto dela fica mais encima, mas se tu gosta tanto de olhar pra baixo olha por meu pau, desgraçado do caralho! — aumentei meu tom de voz o que fez ele sair do transe de merdinha em que ele se encontrava e olhar para mim no mesmo instante que a anã de jardim fez com os olhos arregalados e um sorriso querendo se forma nos lábios gostosos.
Vou te falar um bagulho, se tinha uma coisa que o Rabiola estava certo, era quando dizia que essa Loirinha sabia deixar vagabundo louco.
— Vai caraí, responde o que ela te perguntou e por que porra tu tá com o documento dela? — perguntei no puro ódio e arranquei o papel da mão dele, querendo mesmo era trazê-la junto. Mas ele falou alguma coisa? Porra nenhuma, apenas me mandou um olhar feio e voltou a olhar para o copo da Madu. Não pensei duas vezes e puxei a camisa dele com força pelo pescoço, fazendo-o engasgar na mesma hora e arregalar os olhos em puro medo.
— Eu te fiz uma pergunta — falei calmo e baixo, jogando-o de volta para a cadeira.
— A família dela falou que só podia entrar quem mostrasse a identidade, confirmando que é parente — respondeu atropelando as palavras e tive que me concentrar pra poder entender. Ele engoliu em seco e voltou o olhar para a Loirinha, dessa vez em seu rosto. — Eles estão na sala de espera do quinto an... — nem esperei ele terminar e comecei a empurrar a Madu com minha mão nas suas costas, entregando sua identidade.
Ela não falou nada e me deixou levá-la até o elevador, mas assim que as portas se fecharam pareceu voltar a realidade se livrando do meu toque e se encostado na parede oposta à minha.
— Obrigada — falou bem baixinho fingindo uma tosse e olhando para o teto.
— Qualé, Loirinha, só quem pode te comer com os olhos assim sou eu — brinquei e vi seus olhos se arregalarem um pouco, uma fagulha de medo passando pelas íris verdes, me fazendo se arrepender por ter uma boca grande.
Porém, para minha total surpresa seus olhos se estreitaram e ela se inclinou levemente na minha direção.
— Iludido você, esse corpinho aqui é para ser visto por todos — disse apontando para si mesma enquanto se olhava no espelho. Parando um segundo depois com a testa franzida e o olhar para onde eu acho que seja o decote nos seis. Ela ficou se encarando por longos segundos com uma careta engraçada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mais Uma Chance?[M]✔️
Teen FictionSpin off de "De Patricinha a Patroa". Sua vida estava arruinada. Viver e morrer andavam em uma linha tão tênue que bastava apenas um pequeno deslise para que tudo viesse a ruir, para que aqueles pequenos pedaços restantes do castelo enfim desabassem...