Capítulo 7: Parte 3

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Maria Eduarda

Assim que abri os olhos e vi que o peito em que minha cabeça estava apoiada não se encontrava mais nu e sim vestido, senti minha boca ficar secar e tentei manter a calma. Devagar comecei a me afastar do corpo e quando olhei para cima um suspiro aliviado saio da minha garganta, o que chamou a atenção do JP, que tirou os olhos do celular e me abraçou com força, tomando o devido cuidado com meu braço.

— O pai está bem, João? — perguntei baixinho com medo da resposta e ouvi ele suspirar.

— Ele ainda está na cirurgia, Biscoiteira — me levantei rápido demais para me sentar na cama e acabei machucando o braço ferido.

— Merda! — grunhir de dor, mas logo olhei para o JP. — Quantas horas ele já está na sala de cirurgia? — ele desviou o olhar antes de me falar.

— Vai fazer cinco horas.

— O quê? Cinco horas, João? É muito tempo! — respirei fundo sentindo o desespero passar pelos meus ossos. — Ele não pode morrer, não pode.

— Vira essa boca para lá, Maria Eduarda! Só está demorando porque a situação em que o joelho dele estava era feia, nem mais nem menos — indagou mais para convencer a si mesmo do que qualquer outra pessoa.

— Onde a mãe está? — ele fez uma careta dolorida baixando os ombros e olhando para o anel de namoro na mão.

— Está com o tio WL, ficou desesperada quando soubesse a sua situação e a do pai — inspirou fundo, como se estivesse buscando coragem. — Ela veio te vê faz meia hora, queria ficar até você acordar, mas o tio achou melhor levar ela para casa e dá algum remédio para acalmá-la — falou por cima, deixando a pior parte de lado.

Era óbvio que ela devia estar devastada, porém ele me deixaria sem esses detalhes.

— Está acontecendo alguma c guoisa entre GM e você? — o encarei com o cenho franzindo — Não vou te julgar e nem nada do tipo, só quero saber se está acontecendo alguma coisa entre vocês para ficar ligado — neguei com a cabeça.

— Não está acontecendo nada entre nós dois! — foi a vez dele negar, não acreditando em mim.

— Então me explica o fato de chegar aqui e ver tu dormindo em cima dele, ainda mais sem blusa?— não havia acusação na voz dele, coisa que com certeza teria na voz do Oli. Só em pensar isso já faz meu coração ficar apertado.

— Eu tinha acabado de acordar de uma cirurgia depois de saber que meu pai tinha caído e ele era a única pessoa presente para me consolar — falei indiferente. — Além de uma amizade que estava começando a nascer — murmurei e senti o olhar dele sobre mim.

— Estava? — concordei. — E por que estava? — dei de ombros fazendo pouco caso.

— Só não quero mais.

— Você está mentindo, Madu. Não quer mais por causa do Leandro — suspirou e negou com a cabeça, porém não disse mais uma palavra, o que agradeci mentalmente.

Ficamos calados por longos cinco minutos, até baterem na porta e logo depois a abrirem.

— Maria Eduarda — o médico me cumprimentou e desviou o olhar para o meu irmão, que na hora já entendeu o que o homem estava fazendo na sala

— É sobre meu pai, não é? Eu quero saber o que aconteceu com ele! — falei séria e ambos se entre olharam.

João meneou com a cabeça e o médico abriu a boca.

— Demo acabou de sair da cirurgia, que houve apenas uma complicação. O que eu diria que foi muita sorte, uma vez que o estado dele estava precário. Ele teve o começo de uma parada cardíaca que logo foi contida, agora Steve está em monitoramento no quarto e em coma induzido pelos medicamentos...

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