Capítulo 3: Parte 3

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💣Guilherme🧢


Assim como um mais um é dois, foi fácil perceber que a Eduarda já tinha passado por algo traumatizante com algum moleque escroto. A forma como ela baixava o olhar quando algum homem passava por ela, ou como estalavas, sem perceber, os dedos de forma nervosa assim que um homem a olhava, me deixou desconfiado. Tive a certeza disso quando Demo mandou um rádio para mim dizendo que eu devia levar ela lá na fofoqueira. Somente depois disso fui entender o porquê do surto da garota e o nervosismo dela, e fala pra tu, vou nem chegar mais perto quero ficar longe de mina problemática tio.

Fui chegar no barraco do DG era dez da noite quando meu turno acabou, o encontrando sentar no sofá com uma cerva.

-Desde quando tu pode tomar isso? Olha os remédios, DG.- tirei a latinha da mão dele, o fazendo revisar os olhos.

-Tudo tranquilo? Não arrumasse B.O para mim não, né?- abri um sorriso divertido.

-Nada que posso se preocupar.- ele ficou me encarando por longos segundos até negar com a cabeça.- Qualé, vou desencanar da loirinha.

-Acho bom mesmo, a não ser que você queria três fuzis mirando em tu. Porque se tem uma coisa que deixa o pai dela e os irmãos com sangue nos olhos, é mexer com aquela loirinha.

-Papo furado esse daí.- andei até a cozinha e fui mexer nas panelas.

-Abre os olhos GM, aquela menina é o xodó daquela família. Qualquer coisa que acontecer com ela geral vai em cima.

-Beleza, mas quando que tu vai me dizer o que ela tem? Garota surtou de novo hoje, só porque fui bater um lero com ela.- investigue mais uma vez, até porque eu quero uma afirmação e detalhes. Ele arregalou os olhos e me encarou não acreditando.

-E ainda diz que não tenho com o que me preocupar. Na moral GM, vou deixar tu se fuder. Não adianta mais falar contigo não, quando entender o nível do problema que você está querendo arrumar, aí tu se toca.- nem rendi mais, peguei um prato e bati um rango legal.

Quando voltei para a sala DG estava quase dormindo enquanto via um jogo. Neguei com a cabeça e cheguei mais perto cutucando ele.

-Sai da minha cama aí e vai dormir, ô velhote.- ele semicerrou os olhos para mim  e se levantou tossindo e espirrando no meio do caminho.

Balancei a cabeça preocupado e o assistir até sair do meu campo de visão. Se eu te falar que não tenho medo de alguma coisa acontece com ele, vou tá mentindo. O velho é importante pra mim, mano, minha única família agora.
Fui até o banheiro e fiz minha higiene, quando sai de lá peguei o lençol e o travesseiro no armário ainda com o DG na minha mente. Deitei no sofá e suspirei baixinho vendo que iria custar até conseguir dormir.

Quando estou quase pegando no sono escuto os passos pelo chão. Me levanto na mesma hora e já fico com  a pistola em punhos, porém a abaixo assim que vejo que se trata do tio.

Ligo o abajur e me deparo com o maluco todo trajado no moletom, sendo que o calor tá de matar. Franzo o cenho na sua direção e fico o observando do sofá.

-Qual a tua com esse moletom?- ele apenas deu de ombros e continou a andar em direção a cozinha.

-Só tô com frio.- disse baixinho com a voz esquisita e o acompanhei com os olhos ele abrir a geladeira, pagar o garrafa de água e beber no bico.

Me levantei meio assim achando estranho ele está com frio. Quando coloquei a mão na testa dele contra sua vontade arregalei os olhos na hora.

-Caralho tio, tu tá queimando em febre, mano!- ele nega com a cabeça fazendo pouco caso.

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