Capítulo 8: Parte 2

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⚠️⚠️ALERTA DE GATILHO A TORTURA E SUICÍDIO!⚠️⚠️

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Não sei quanto tempo passou ao certo, mas em algum momento em meu subconsciente escutei o som do motor de uma moto e logo depois um fuzuê.

— Madu, amor da mãe. Eu estou aqui princesa — senti alguma coisa ser posta em meu rosto e tentei desviar, porém parecia impossível sem o ar circulando em meus pulmões ou sangue. — Shii, vai ficar tudo bem. Vamos lá, do mesmo jeito que sempre fazemos — tentei abrir meus olhos que em algum momento se fecharam, mas eles não me obedeciam. — Isso minha bonequinha, inspira.

Demorou cerca de cinco minutos para eu enfim conseguir abrir meus olhos, que a princípio ficaram desfocados, nublados por minhas lágrimas. Aos poucos as pessoas foram ficando nítidas e corri meus olhos ao redor, procurando o filho da puta, mas as únicas pessoas que vi foi minha mãe, Dona Cleide e o GM. Todos me olhavam com preocupação e ouvi alguém soltar um suspiro aliviado.

— Graças a Deus — minha mãe sussurrou e a encarei com as lágrimas descendo sem para em meu rosto.

Todas as vezes a faço passar por isso, faço ela ficar preocupada e desesperada. A faço largar tudo e vim até mim. Faço ela chorar por mim culpa.

Não sei o exato momento em que consegui voltar a respirar perfeitamente bem, só senti ela me puxar para seu peito me abraçando com força como se eu fosse morrer a qualquer momento.

— Mãe... — comecei com a voz rouca, embargada e angustiada, mas Melinda balançou a cabeça para os lados, mostrando que não queria ouvir o quer que eu fosse falar.

Como se eu mesmo soubesse o que pretendia dizer.

— Quantas vezes já te falei para não sair de casa sem a bombinha, Maria Eduarda? — tentou soar seria, mas sua voz saiu chorosa e meu coração se apertou ainda mais.

— Eu não... achava que... não... — meus pensamentos estavam confusos focando apenas no quanto eu fazia minha família sofre.

— Tudo bem, vamos só nos acalmar agora — neguei e buscando forças me afastei dela, indo para trás da cadeira.

Melinda me olhou um pouco surpresa e magoada pela minha atitude, mas eu me sentia uma péssima filha, uma garota que só trazia tristeza para aqueles me amava.

Ela deveria estar em casa cuidando do pai, olhando a Liz, contudo está aqui comigo porque fui idiota me envolvendo com inimigo e agora não consigo deixar para trás o que aconteceu, não consigo tirar aquele desgraçado da minha vida.

Por que eles ainda me querem por perto? O que eu levava para eles além de dor? Nada!

Nada. Uma palavra que me descrevia perfeitamente bem, não fiz nada em todos esses anos. Apenas fiquei alimentando sentimentos que nunca deveriam ter criado raízes, sem levantar absolutamente uma unha para cortar essas mesmas raízes, para manda esses traumas para longe.

— Quero ir para a praia — as palavras saíram de forma automática.

— Não podemos sair do morro, Madu — balancei a cabeça abraçando meu corpo.

— Por favor... — implorei olhando para os meus pés e notando o quanto minhas bochechas estavam molhadas.

— Mas... — ouvi ela respirar fundo, se preparando para o que iria dizer — Tudo bem, mas você não vai sozinha.

Dei de ombros, só queria sair daqui.

🎭🎭🎭

Me joguei de joelhos na areia e deixei as lágrimas enfim descerem livremente, observando-as se juntarem com a água salgada e gelada do mar e desaparecerem, fazendo justamente o que eu ansiava. Desaparecer. Só não sabia como fazer isso.

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