Capítulo 7: Parte 2

1.4K 144 180
                                    

Guilherme(GM)


Segurei a loirinha nos meus braços e virei o rosto para o Rabiola, sem saber o que fazer.

ㅡ Mano, a gente tem que levar ela pro posto. Mina vai terminar morrendo. ㅡ disse se levantando e gemeu segurando o ombro.

ㅡ Mas como que nós vai conseguir chegar lá sem antes morrer? ㅡ passei o braço por baixo das pernas dela e fala pra tu, garota não é leve não.

ㅡ Disso eu não sei, mas o que a gente não pode deixar é ela morrer aqui. ㅡ gesticulou com as mãos e eu fui sentar a mina na cadeira. ㅡ E vou te falar, se a garota é macumbeira a probabilidade dos pais dela serem é grande, e longe de mim querer macumba a essa idade.

Eu ia rir, mas a cena dela desesperada pelo pai e depois o soldado pedindo ajuda chegaram na minha mente e fiquei pianinho. Garota é toda errada.

ㅡ Cascavel, como que tá a rua do posto? ㅡ Rabiola perguntou com o rádio na boca.

Ainda querendo passar. Por quê? A princesa não aguenta mais não? ㅡ questionou debochado.

ㅡ Americana desmaiou e tá toda branca, comédia. ㅡ 3, 2, 1.

Puta que pariu! Traz ela porra, Playboy, WL e eu damos cobertura com mais dois. ㅡ JP interrompeu e logo assentimos.

Peguei a madame no colo e Rabiola foi na frente com a arma em mãos. Fomos até a rua 5 na paz, sem bater de frente com inimigo, mas quando entramos no beco para sair na rua do posto, já dava para ouvir os tiros de longe. Não demorou muito e JP com o resto nos encontrou. Chegou perto de mim e olhou a irmã de cima a baixo, a preocupação ficando cada vez mais visível. O que não era para menos, mina parecia que tinha morrido, toda branca, a não ser por minha blusa que estava toda ensanguentada.

ㅡ Cadê a roupa dela? ㅡPlayboy perguntou sério e me olhou como se fosse me matar.

ㅡ Ela tirou para poder respirar melhor. ㅡ o loiro não acreditou muito, me olhando com desconfiança, mas nossa situação não dava para bater um papo.

JP tirou a irmã dos meus braços e quase suspirei, já estava sentindo meus membros dormentes. Balancei os braços deixando o sangue fluir normalmente e peguei o fuzil que estenderam para mim.

ㅡ Vamos esperar Pistola chegar com o Demo para poder entrar no posto. ㅡ WL falou enquanto batia o pé no chão e olhava para uma viela.

Esperamos meia hora escondidos atrás de umas caçambas de lixo e das paredes, até escutarmos passos vindo da viela e duas silhuetas ganhando vida. Levantamos as armas e as colocamos miradas para a entrada, prontos para atirar.

ㅡ Abaixa essa arma filho da puta, se algum de nos dois aparecer morto tua mãe nos mata de novo. ㅡ a voz do Pistola foi ouvida e logo baixamos as armas, embora a minha continuasse firme na mão, nunca se sabe quem vai trair quem.

Não demorou muito para Pistola aparecer segurando o Demo pela cintura e braço, praticamente o arrastando. Atrás deles vinham mais três soldados. Demo gemeu se soltando do Pistola para sentar no chão. O joelho dele estava fudido e jorrando sangue mesmo com a camisa amarrada, também havia tomado um tiro nas costelas, esse de raspão e sem nada para estancar. A respiração estavam curta e o peito subia e descia cada vez mais devagar, mal conseguia deixar o corpo quieto pendendo de um lado para o outro, as pálpebras quase não abrindo.

Não conseguia acreditar que ainda estava respirando nessa situação, cara é forte, porque se fosse qualquer outro já tinha partido para uma melhor.

Mais Uma Chance?[M]✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora