Capítulo 10: Parte 2

1.1K 142 139
                                    

No fim eu não fui tão ruim assim, consegui fazer um gol e impedi outro, mas isso me custou uma coxa dolorida pra porra e minha saída. Koé? Os leke podiam ser magrinhos e pequenos, mas os filhos da puta pra ter força. Chegamos perto do Rabiola e ele já foi fazendo careta negando com a cabeça.

— Se perguntarem, principalmente teu irmão, passa a visão que eu nem perto estava — disse todo confiante, até que fez outra careta e negou veemente. — Não carai, se falar que eu estava longe dá K.O. fala que tu me prendeu com a ajuda do GM.

— Acho que a cobrinha aqui é tu, filho da puta! — GM falou putinho e eu e o Rabiola caímos em uma gargalhada.

— Vocês bem que podiam me levar no colo né? Minha coxa está doendo demais! — falei fazendo bico e manha, mas ambos negaram.

— Loucona tu, no máximo a gente pede uma moto aí — cruzei os braços dando de ombros e fui me sentar no meio fio.

— Chama rápido, estou com sede — ambos levantam uma sobrancelha e eu fiz a Claudia, fingido que nem tinha visto nada.

— Tu é folgada pra porra, mano. Acha que tá na Disney, só pode.

Falaram e falaram pra porra, mas logo a moto estava lá. Nem rendi, só esperei o Tatá subi e fui para a garupa não vendo a hora de chegar em casa. Estava toda suada e com sede pra porra.

Não foi muito confortável descer da moto, já que assim que me apoiei na perna machucada, minha coxa deu uma fisgada, me fazendo trincar os dentes.

Entrei em casa e já fui direto para a cozinha atrás de água, encontrando as compras no chão ao lado da mesa. Pelo silêncio aposto que meus pais ainda estão no médico e a Liz na casa da tia. Tomei minha água e subi para meu quarto indo direto para o banho.

Tomei meu banho na calma e quando terminei fui para o closet, pegando a primeira roupa que encontrei. Quando fui pegar minha escova na penteadeira escutei a voz do GM e já dei um sorrisinho maldoso. Vamos lá vê a bomba que o senhor calado deixou escapar.

A passos calculados e leves cheguei até a janela, e a maior delicadeza do mundo abri um pouco a janela, me abaixando logo em seguida. Fiquei quietinha lá, segurando minha respiração o máximo que podia, até porque o ratinho falava baixo.

— Vai encher o saco de outro porra, eu já falei nessa buceta que esse caralho vai estar na tua mão hoje! Tu me ligando só complica!

Franzi o cenho e juntei minhas sobrancelhas, mil coisas passando na minha mente.

Porém antes que eu conseguisse tirar alguma conclusão ouvi minha mãe gritar.

— DESDE AQUI EDUARDA, QUE VOCÊ VAI ME AJUDAR A FAZER A LASANHA! — não tinha nem mesmo visto ela chegando em casa.

Desci as escadas no automático com a mente voltando para as palavras do GM e o vinco na minha testa ficando cada vez mais fundo. Porém, assim que vi meu pai com a cara fechada sentado no sofá, sabia que não tinha dado tudo certo na consulta. Embora ele estivesse sem o gesso.

— Quê que aconteceu? — questionei assim que coloquei os pés na sala.

— O pau no cu do desgraçado filho da puta do médico, teve a coragem de olhar na minha cara pra falar que eu iria ter que usar bengala por um tempo e que depois ficaria mancando pelo resto da minha vida — o rosto dele ficava em um tom de vermelho diferente a cada palavra que saía da boca dele. — Sabe o que é mais engraçado? O chupa rola ainda teve a audácia de dizer que era minha culpa, por não ter  seguido o repouso... — minha mãe encontrou na sala e revirou os olhos quando viu a cena.

— Final da história: Steve quase matou o pobre do médico e ainda saiu de lá ameaçando o coitado. Isso tudo porque ele acha que ainda é um novinho que pode estar correndo em confronto e não que é velho e já foi passado pra trás — os olhos dela brilhavam de excitação só de estar provocando-o, o que de fato deu certo.

Mais Uma Chance?[M]✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora