Capítulo 8

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Um verdadeiro inferno!

Sentia meu braço doer para caralho todos os dias e era horrível dormir. Meu pai voltou para casa na mesma noite em que acordou e não falou com ninguém – não que nesses quase quinze dias ele tenha falado alguma coisa que não seja reclamar –, as vezes troca algumas palavras com minha mãe, até porque é ela que está de olho nele. Não que eles tenham realmente assumido para todos que tenham voltado, mas é apenas questão de tempo.

— QUE MERDA STEVE! JÁ FALEI PARA NÃO MEXER ESSE CARALHO!

Grunhi. Foi justamente por causa disso que a Sarah, Ketelen e a Débora foram embora. Claro que a última tinha mais motivos que qualquer outra, e sinceramente? Ainda bem que ela foi, porque senão o mau humor do meu pai estaria em outro nível.

— Têla, pega Danone pá mim? — minha Cenourinha chegou me puxando, desta vez, graças a Deus, pelo braço bom.

Deixei que ela me guiasse até a geladeira e peguei dois potinhos entregando a ela que já foi abrindo e colocando a colher dentro.

Bufei sem ter o que fazer e observei a pitoco de gente correr para o andar de cima. Até que andei em direção a porta e a abri devagar, fazendo o menor barulho possível, senhor Steve consegue ter uma ótima audição e me fez um questionário da última vez que ouviu essa portar ser aberta.

— Iaê Loirinha, tu não sabe da melhor — Rabiola falou assim que coloquei o pé do lado de fora.

— Sabe a Dona Fabíola? — Pitomba se juntou a nós e eu neguei com a cabeça indo o mais longe possível da porta.

— Em que mundo você vive? Aquela da rua da padaria, que dá uma de rica e a filha consegui passar para se doutora. E tu fecha o bico que eu vou contar!

— Ela estava devendo 2 mil para uma boca de fumo e como só pagou metade recebeu uma surra e ficou careca, além do aviso que se ela aparecer em boca de novo atrás de droga, vai levar bala — Tatá foi mais rápido que os outros dois e Rabiola junto com o Pitomba olharam para ele horrorizados e irritados.

— Boca aberta do caralho! Quem foi que te chamou aqui mesmo, resto de aborto? — Pitomba disse todo putinho e soltei uma risadinha.

— E tu Americana, quem morreu para tu estar colocando os pés fora de casa? — dei de ombros.

— Ninguém.

— Aposto que ela saiu sem o Demo ver — Rabiola opinou e os outros assentiram.

— Vão ver se eu estou lá na esquina, vão!

— Com você lá, claro que eu vou — Tatá falou na brincadeira, mas senti um arrepio passar pelo meu corpo e quase me encolhei, voltando para dentro de casa. Dei um sorriso amarelo que, aparentemente, ninguém percebeu e falei:

— Bem que os três poderiam ir fantasiados das meninas Super Poderosas.

— Aqui é bicho homem, respeita — Pitomba respondeu e eu revirei os olhos.

— Vai macho hétero top. Esses dias mesmo chegou até meus ouvidos que tu deixou ser maquiado e tudo ai — na hora ele ficou branco e surpreso, para logo depois cruzar os braços de forma defensiva e fazer careta.

— Mó errado esse papo aí — falou e engoliu em seco.

É meus queridos, eu posso passar boa parte do meu tempo em casa, mas sei de tudo. Ou quase.

— Conversa tá boa, mas eu vou ali comer um açaí — dei um passo a frente, porém não fui muito longe já que o Rabiola e o Tatá fizeram uma barreira na minha frente.

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