Capítulo 21

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Os dias foram se passam aos poucos, cada um mais longo que o outro, principalmente quando se tem um objetivo. Objetivo esse que eu encarava no exato momento.

Depois de dois meses tudo o que esperava era subir naquela balançar e visualizar meu peso antigo. Já conseguia vir a mudança do meu corpo ao decorrer do tempo, as coxas estavam mais grosas, os seios e bunda maiores e havia até ganhado uma barriguinha que achei fofa. Tudo o que precisava para me deixar aliviada era vir os números daquela balança.

— Mó gente aí pra usar esse negócio, Eduarda. Agiliza aí fia — me perguntei pela décima vez só hoje o porquê de ter trazido o Enzo..

“Talvez porque o único livre para vim comigo, já que não queria fazer isso sozinha.” A voz na minha mente sempre tinha o prazer de responder.

— Por que tu não aproveita que tá na farmácia e vai olhar o preço dos leites?

Ele resmungou alguma coisa, mas acabou indo na direção onde estavam as latas. Eu por outro lado desci e subi novamente na balança só para ter certeza que aqueles números eram verdadeiros. Abri um sorriso involuntariamente vendo que havia conseguido, mas minha bolha não durou muito, já que o Enzo segurou meu braço e saiu de puxando.

— Olha isso aqui, Duda. Tem caralho de outro aí dentro? — me perguntou indignado apontando para os preços, me fazendo ir.

— E a camisinha nem chegava a um quarto disso — bati em seu ombro. — Tu tá fodido demais.

— Fodido vai tá minha piveta com Débora como avó.

Passou a mão pelo rosto e pegou a lata de 0-6meses. Ele já estava comprando algumas coisas e fazendo estoque, já que a puta falou que não quer nem  da existência da filha.

— Mas fala aí, conseguiu o que queria? — Apontou com a cabeça para a balança e voltei a sorrir.

— A mãe tá na pista de novo.

Brinquei balançando os quadris e batendo nos dele. Que passou os braços por meu ombro nos levando para fora depois de pagar pelo leite.

— Até que fim, não aguentava mais tu andando pra cima e pra baixo com essas calças nesse calor do caralho!

— Nem eu. Já tava no maior estresse.

— Pra base ou pro salão? — perguntou subindo na moto e acompanhei seus gestos.

— Salão, que eu ainda não sou dona.

•••

Nunca trabalhei tão bem na minha vida. Estava tão feliz que consegui criar duas maquiagens e ganhei uma gorjeta gorda com isso. Mas no fim fiz mais sobrancelhas e fiquei sentada do que trabalhei. O movimento andava muito fraco nos últimos dias. Por causa do aumento que a maioria dos alimentos teve. JP ainda tentou amenizar, mas ainda ficou muito caro.

Me despedir da Jéssica e assim que coloquei meu pés dentro da casa subi a mil para quarto e puxei rápido o lençol do espelho de corpo, me permitindo olhar para mim mesmo enquanto tirava as roupas, deixando a mostra cada pedaço de pele e cicatrizes, em que algumas haviam ficado estranhas pelo encolher e expansão de minha pele.

Porém assim que tive a visão de todo o meu corpo de uma vez só, abri um sorriso de realização, tão feliz ao ponto de lágrimas se acumularem ao redor dos meus olhos. Observei a famosa “barriga de pochete” e nunca me senti tão feliz em ter uma depois de ter feito tantos exercícios caseiros para me livrar dela.

Eu estava gostando até das estrias que apareceram em minha bunda e perna. Amava cada parte riscada e flácida. Porra, eu estava até amando as malditas cicatrizes que havia tentando esconder por tanto tempo. Era uma realização tão boba, mas que preenchia tão bem um pouco daquele vazio que estava me sugando cada vez mais para baixo.

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