Guilherme – GM
A Loirinha encarava meus dedos com olhos de Águia no cabelo da vermelhinha, que além de deitar a cabeça no travesseiro em meu colo me obrigou a fazer cafuné nela. O importante era saber se Madu queria quebrar meus dedos ou puxar um por um os fios vermelhos.
O ciúme dela chegava a ser possessivo. Negócio que nunca gostei, sempre achei feião brigar por pouca coisa. Ciúmes é necessário, mas o da Loirinha extrapola demais. Só não largo ela na moral mesmo, porque gosto da pilantra e quero continuar com o nosso lance.
Chegava a ser engraçado como ela não conseguia se decidir se sentia mais ciúmes de mim ou da irmã e acabava irritada por causa disso.
— Liz, você sabe que o Tatá é o meu namorado e não seu, não é? — menozinha abriu mó olhão para a Madu, não acreditando.
— Mas Têla, mamãe falou que só pode mamola quando pra dois são glandes e do mesmo tamanho. E você é pequena como eu, Malia! Titio é glandão — gesticulou abrindo os braços ainda com os olhos arregalados e se soltou de mim para subir no colo da irmã e sussurrar. — Acaba com ele e eu pometo não fala nada pala mamãe — a ruivinha estava tão preocupada que chegava a ser uma graça.
— Calma Liz. O que a mãe quis dizer é que você tem que ser maior de idade e o seu namorado também. Como eu e o Guilherme, a gente já tem mais de 18anos — ela olhou ainda confusa para a irmã e desceu de cima dela, parando no chão com as mãos na cintura.
— Tem ceteza que é isso, mesmo? — a garota estava fofa pra porra com as sobrancelhas franzidas.
— Você acha que eu mentiria para você, meu foguinho?
— Titio? — perguntou toda desconfiada levantando uma sobrancelha.
— Tudo que tua irmã falou aí é verdade.
Ela ficou encarando a gente por longos segundos, até que abriu um sorriso e se jogou em cima de mim, me abraçando.
— Então você agola vai se meu tio de vedade? Não falso? — acabei rindo do jeito que ela falou e concordei a abraçando.
— Desgruda um pouco aí que a irmã é minha — Loirinha veio com tudo tirando a Liz de perto de mim.
— Coisa feia Malia Eduada, mamãe não te ensinou educação? — perguntou tentando tirar o rosto do pescoço da loira. — Pelai, Madu, o que é isso? — estreitou os olhos para a mancha escura no pescoço e clavícula da irmã, metendo o dedo depois.
— Aí, garota.
— Foi o papai que fez isso em você também?
— Quê? Por que ele fazia isso em mim?
Ela deu de ombros.
— As vezes a mamãe apalece com uns ingualzin e fala que foi o papai que fez — a Loirinha fez uma careta indignada, tossindo baixinho e eu ri alto, chegando perto das duas, as abraçando de lado.
— Essas daí quem fez fui eu, menó.
— Guilherme! — a outra repreendeu me empurrando.
— Que coisa feia, titio. Se meu namolado fize isso comigo eu bato nele — olhei serinho pra ela.
— Que namorado, ruiva?
— É Liz, que namorado é esse que eu não sei?
Ela colocou uma mão na cabeça e a outra na cintura fazendo careta, suspirando como se a gente não entendesse ela.
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Mais Uma Chance?[M]✔️
Roman pour AdolescentsSpin off de "De Patricinha a Patroa". Sua vida estava arruinada. Viver e morrer andavam em uma linha tão tênue que bastava apenas um pequeno deslise para que tudo viesse a ruir, para que aqueles pequenos pedaços restantes do castelo enfim desabassem...