Capítulo 6: Parte 3

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Guilherme(GM)
Uma semana depois.


Fala pra tu, negócio aqui não estava bom. Mercado e padaria só abria porque era obrigatório, mas bares, lojinhas, lanchonetes só estavam abertos meio período e não era porque os de cima mandaram não, era por medo mesmo, se pudessem nem abriam. O morro estava parecendo um deserto, não se via mais as crianças correndo nas ruas ou na praça, só tinha soldado armado andando para cima e para baixo fazendo o apavoro ser maior.

Três dias depois de invadirem o morro da Baiana, entraram no Adeus. Porém eles estavam espertos, quando o bagulho começava a ficar tenso eles recuavam. Quem estava perdendo com isso era o alemão, fiquei sabendo aí que nessas duas invasões perderam quase sessenta soldados. JP e Demo estavam no puro ódio, querendo descontar em qualquer um.

A casa branca está lotadona, veio as fies do ex-sub, dono, do gerente e braço esquerdo e até a Patroa. O lugar parecia ser um arco-íris em contraste com o clima tenso e sem vida do morro. Mas fala pra tu, não sei como elas estão conseguindo não, a gente aqui fora só ouve os gritos da Débora, louca de droga aquela ali. Teve uma vez que o bagulho estava tão feio que tivemos que invadir a casa pensando no pior, mas no fim era só ela dando a louca porque estava tirando os pelos das pernas com cera.

Pistola, WL e JP aparecem aqui com uma certa frequência, mas o Demo só colocou os pés aqui uma vez e mesmo assim foi coisa de segundos.

Ando pelo beco ao redor da casa e logo dou de cara com a loirinha usando um biquíni, deitada de bruços na espreguiçadeira deixando a bunda redonda e grande amostra. Olho ao redor e percebo que sou o único ali além dela, franzo o cenho estranhando porém continuo manjando aquela duas montanhas, até a dona delas se sentar rápido e puxar a toalha no processo, cobrindo seu corpo para minha infelicidade. Isso devia ser crime.

Os olhos verdes assustados correm pelo local e quando param em mim, percebo que seu postura relaxa um pouco, embora ainda consigo ver que ela está tensa com os olhos atentos. Dou um sorriso com quem não quer nada com a vida e me aproximo dela, observando ela cobrir o máximo que consegue do corpo. Acho até graça, uma vez que já a vi nas mesmas condições, mas então as lembranças das cicatrizes marcadas em sua pele chegam até minha mente e logo percebo que  são as cicatrizes que a loira tenta esconder. Me sentei na espreguiçadeira ao seu lado e a encarei.

-A cria do Shrek soltou a inhaca e fez os soldados correrem?- sorri divertido, mas ela apenas revirou os olhos.

-Como se meu pai fosse deixar os soldados dele terem um show particular.- bufou, porém era visível que ela falava do pai com carinho.

-Os soldados não são do seu irmão? Teu pai perdeu eles assim que passou o título para o JP.- Ela bufou novamente e me olhou com tédio.

-Como se o JP estivesse preparado para comandar o morro, meu pai se emocionou legal quando nomeou ele o novo dono. Mas o que tu está fazendo aqui? A regra serve para você também, e não é seu horário de almoço?- dessa vez foi eu que revirei os olhos, a imitando.

-Sou teu segurança gata, aonde você vai eu estou no teu encalço.- ela soltou uma risada nasal.- E Rabiola almoça primeiro, só quando ele volta – a uma da tarde – é que eu vou rangar.- ela assentiu com a cabeça.

-Você quis dizer babá.- provocou e eu dei de ombros, era praticamente isso.

-Fala se tu já viu babá mais gato que eu!?- mexi as sobrancelhas e ela riu baixinho.

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