Capítulo 9: Parte 3

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Uma semana passou e enfim consegui tirar o gesso e ver meu bracinho lindo. Na verdade não tão lindo, já que ele ficou mais branco que o resto do corpo. Oliver levou a punição dele e não foi boa coisa não, ficou por uma hora debaixo d'agua gelada, sendo que de cinco em cinco minutos tinha um para respirar antes de voltar pra água. Assim que ele saiu do onde quer que estivesse o tio trousse ele direto para cá, dizendo que a Noamy poderia passar mal por causa da gravidez.
No começo não entendi muito bem o porquê, mas assim que meu irmão passou pela porta da frente meu coração parou uma batida e eu simplesmente travei. O Oliver que sempre foi moreninho do sol, estava com a pele azulada e os lábios roxos, mal aguentando ficar em pé. Quando Melinda viu a situação do filho ficou mais branca do que já é, e por segundos achei que ela iria entrar em pânico. Mas pelo contrário, ela levantou a cabeça e mesmo com uma ou duas lágrimas descendo silenciosamente cuidou do Oliver como se ele tivesse 5 anos de novo.

— Qualé Noh, se você não for comigo eles não vão me deixar ir! Por favor, nunca te pedi nada — falei para o celular enquanto olhava para o meu macacão grande o suficiente para esconder as cicatrizes profundas.

Tenho um monte de bagulho pra resolver aqui Madu.

Revirei os olhos e me joguei na cama.

— Você ficou muito chata depois de casada e patroa. Antes não negava uma farra! Mas tudo bem, se você que me ver presa dentro dessa casa, você tá certinha.

Tu é uma desgraçada pilantra Maria. Conta dez que eu colo aí.

— Amo você — falei com um sorriso vitorioso e desliguei indo colocar protetor e outras coisinhas na minha bolsa.

Desde o começo da semana que eu estou querendo ir para a praia, mas nem minha mãe ou meu pai estão deixando, mesmo que eu diga que nada vai acontecer. Tio Nick até tentou persuadir os dois, mas não é como se ele estivesse com muita bola para nenhum dos dois depois de eu ter voltado do baile com  braço doendo. Embora eu ainda acredite que ficou ressentimento em relação ao Oliver.

Quando tudo já estava dentro da bolsa peguei meu chapéu e óculos descendo para a sala, onde encontrei meu querido pai sentado no sofá com a Liz. Assim que ele me viu já foi arqueado a sobrancelha.

— Tu vai pra onde mesmo? — sentei do lado dele e deitei minha cabeça em seu ombro, ganhando na mesma hora um olhar avaliador da Liz, antes dela voltar a atenção para os brinquedos.

— Vou para praia — falei de forma calma e lenta, porém de todo jeito senti o corpo dele tencionar.

— Tu não vai não, tá loucona?

— Relaxa que a Noamy tá vindo para ir comigo — ele virou o rosto para me encarar e semicerrou os olhos.

— Por que desse fogo todo pra ver água se tem uma piscina do tamanho da casa ali? — dei de ombros e desviei o olhar para a minha Cenourinha, que agora prestava atenção na gente. Dei língua pra ela e a safada jogou uma pecinha de encaixe em mim.

— Eu só gosto do mar.

— Vou jogar o papo limpo contigo, Eduarda. Se tu quer ir pensando que vai conseguir se pegar com o outro lá sem ninguém saber, tu sabe que tá errada pra porra — abri minha boca para intervir, mas ele me calou com um aceno de mão. — Eu te conheço guria, a 19 anos já. Tô ligado que se tu quiser mesmo ficar com esse comédia ninguém vai conseguir te fazer pensar o contrário. Mas vê se não se emociona, porque o primeiro vacilo que eu ver, encho o filho da puta de chumbo e não vai ter ninguém para me segurar — Ela falou sério, em momento algum desviando o olhar do meu e eu apenas encolhi os ombros.

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