Capítulo 8: Parte 4

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Maria Eduarda

Respirei fundo e inspirei tentando controlar minhas emoções, mas o medo estava tomando conta de mim. Senti braços me puxarem e quando olhei para os donos deles vi o tio Nick me oferecendo um sorriso reconfortante.

— Vai ficar bem, Princesa. Agora se diverte com essa cena —apontou com o queixo e virei minha cabeça na direção do Oli.

— Bora Oliver, me traz essa merda! — Melinda falou com o rosto vermelho de raiva e meu irmão vacilou no passo.

— Sabe quem está precisando de músculos fortes e boa vontade, Mel? — tia Débora começou e fiz careta sabendo que vinha coisa.

Minha mãe levantou uma sobrancelha na direção dela e a tia deu um sorriso de orelha a orelha.

— Seu Paulo, da rua de baixo, está precisando de um servente para ajudar a levantar o barraco dele. Porém como ele não tem grana para isso, está sofrendo sozinho no meio do sol e sabemos que ele já não é mais novinho, não é mesmo? O meu sobrinho lindo podia ir lá fazer um favor né? — meu irmão arregalou os olhos no mesmo momento em que a mãe abriu um sorriso triunfante.

— Ótima ideia, Déh! — se virou para o loiro, que já foi negando com a cabeça.

— Não faz isso coroa! — quase implorou e minha mãe o olhou debochada.

— Amanhã eu te quero aqui na comunidade de sete horas. Só vai sair para o almoço e vai ficar até as seis da tarde por um mês com um sorriso no rosto. Me escutou, Oliver?

— Não posso ficar o dia fora de casa, Noamy tá gravida.

— Você falou bem: Noamy está grávida. Você não. E sei muito bem que a Noh passa boa parte do tempo resolvendo os B.O da boca, além do fato que a Lara não sai da casa de vocês. Então você pode sim vir e não ouse me desobedecer!

Sem dizer mais uma palavra ela se virou novamente e foi para a cozinha. Desviei o olhar para meu pai e vi ele se afundar na poltrona, jogando as muletas para longe. O rosto dele ainda estava tenso e o semblante fechado. Engoli em seco e apertei mais minhas mãos.

— Pai... — chamei baixinho e ele olhou para mim.

Jurei que ele ia me jogar um olhar de julgamento ou raivoso, mas o que fez foi apenas me chamar com a mão. O encarei incerta, decidindo se ia ou não. Tio Nick apertou minha mão, me passando coragem e me levantei devagar, indo até o moreno a passos calculados. Quando parei a sua frente ele projetou o corpo na minha direção e me puxou para um abraço, me fazendo soltar um gritinho surpresa e cair em suas pernas.

— Não faz isso de novo, Madu. Por favor — falou em meus cabelos com a voz embargada e senti meu peito se apertando.

— Me desculpa — sussurrei quase sem voz —, prometo que vou ficar longe dele — e então para minha surpresa, Steve negou.

— Que se foda aquele comedia. Eu estou falando de você tentar se matar, Maria, não ia suportar viver sem você minha princesinha — murmurou só para nós dois e sentir lágrimas molharem meus ombros, fazendo meus olhos ficarem marejados.

— Eu prometo — ele me apertou no abraço e fiz meu melhor para não machucar os ferimentos dele.

Deitei minha cabeça na curva do pescoço dele e me senti um pouco mais calma.

— Se quando for de noite tu começar gemer de dor eu vou te dá uma surra de cabo de vassoura, Steve! — escutei a voz da mãe e tirei o rosto do pescoço do meu pai que, começou a resmungar para a morena.

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