Capítulo 5

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Guilherme

Sete em ponto eu já estava na frente da casa da loira. Fiz toque com os parceiros da madrugada e fui para o meu posto, lugar estava em um silêncio difícil de se escutar.

-Já está sabendo da boa?- Rabiola perguntou chegando perto e neguei.- Parece que o negócio pegou feio ontem, Demo e a Patroa brigaram feio.

-Por quê?

-Ih, ciúmes, tu acha que ia ser o que? Demo é possesso fiote, quando coloca uma coisa na cabeça ninguém tira não.- se escorou na parede e ajeitou a pistola.

-Deu em quê?

-A morena piou para a casa da Débora e o Demo foi parar lá na Baiana...- ele nem conseguiu terminar de falar, pois a porta foi aberta e uma vozinha infantil chegou até nossos ouvidos.

-Fome, tio.- baixei o olhar e vi a pimentinha ambulante me encarando.

Levou a mão até minha bermuda e começou a me puxar. Olhei para o Rabiola e o filho da mãe levantou os braços em rendição, achando graça.

-Chamou foi tu comédia.- disse rindo e se afastou indo para a puta que pariu.

A pequena continuou me puxando e falando que estava com fome.

-Cadê tua irmã, hein?- tirei a mão dela da minha bermuda antes que ela tirasse a peça do meu corpo.

-Mindo.- me encarou com os olhos de bila.- Vem, tio.- e voltou a me puxar.

Encarei ela por longos segundos até que me dei por vencido e olhei ao redor, vendo os outros tudo querendo ri. Bando de cuzão mesmo.

-Calma, meu. Já estou indo.- garota tinha segurado firme o tecido e me puxou com força. Eu hein, pra quem tá com fome está com muita força.

Entrei com ela e a pimentinha me guiou até a cozinha, parou no meio dela e apontou para o armário de parede.

-Lá!- fui até o armário e o abri vendo um monte de cereal, peguei o que está aberto e a Liz começou a bater palmas.

-Onde que tem tigela, hein anã?- ela prontamente apontou para outro armário e peguei uma que era rosa, cheia de frufru.

Quando me virei, ela já estava abrindo a geladeira e pegou uma jarra com as duas mãozinha. Começou a andar, mas fez careta e parou me olhando. Percebi a merda que ia dar e corri até ela pegando o objeto que estava até em cima de Danone.

A capetinha riu e correu até o balcão, onde pegou uma colher de dentro da gaveta. Coloquei o cereal de milho na tigela e depois joguei o líquido pastoso por cima, a ruivinha sorriu para mim satisfeita e subiu na cadeira. Enfiou a colher na comida e começou a comer na maior vontade.

Agora eu saio e deixo ela sozinha aqui, ou fico com ela? Se bem que estão me pagando é para ficar de olho na outra, não nessa.

Liz desceu da cadeira apressada e nas pontas dos pés pegou a tigela da mesa. Correu até a sala e se sentou no sofá, alcançou o controle e mexeu no mesmo até a TV está em um desenho com a música de “peguem o pombo".

Encarei a situação por alguns instantes e logo cheguei a conclusão que, ela conseguiria se cuidar.

-Bigada, tio.- ouvi ela dizer assim que abri a porta, me virei na sua direção e a ruivinha nem aí pra mim, focada no desenho.

Dei um meio sorrisinho e sai da casa voltando para o meu posto.

-Aê, junta aí pra nois jogar um baralho rápido aqui.- tu ficou pra trás? Porque eu não.

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