Capítulo 9

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Fui tirada do meu sono com um barulho de algo batendo com força contra a parede e me levantei no susto, sentindo meu coração batendo rápido, e então com um piscar de olhos uma dor de cabeça imensa me atingiu. Grunhi fechando meus olhos com força e peguei o celular, vendo que ainda era sete e meia.

Que putaria é essa? Faz nem três horas direito que eu voltei pra casa.

Quando escutei vozes ganhando vida, me levantei na mesma hora para saber qual era o barraco. Assim que coloquei meus pés no primeiro degrau da escada escutei a voz do Oliver e logo depois a do tio Nick, me fazendo descer mais rápido as escadas.

— Tá mandado caralho? Qual a tua? — o tio já foi falando na raiva, com o rosto todo amaçado.

— Como que você deixa acontecer uma putaria daquela? E tu porra, não tem vergonha de agir como puta não? — praticamente gritou olhando para mim e na hora congelei, sentindo o impacto das palavras deles.

O loiro me jogou um olhar de puro ódio e na hora senti meu corpo querer se encolher, porém, antes que eu pudesse fazer alguma coisa o rosto do Oliver foi virado para o lado com o impulso da mão do JP. O que fez a surpresa preencher meu rosto.

— Chama ela assim de novo que isso aqui vai virar fichinha — rosnou.
Alemão olhou para o João com uma raiva que eu nunca tinha visto e fez menção de ir para cima do mesmo, mas antes que conseguisse mexer um musculo o tio Nick colocou o braço sobre a clavícula dele e o jogou com força na parede.

— Tu tá agindo na vacilação comigo porra? Quem você mandou como olheiro para o baile? — Oliver ficou calado e o NC colocou mais força no aperto.

— O que significa isso Nicolas? — minha mãe entrou na sala com o semblante preocupado e começou a andar na direção dos dois. Porém o JP bloqueou seu caminho, fazendo a mais velha arquear a sobrancelha, para logo após seu rosto se contorcer em preocupação.

— Eu sou teu patrão caraí, se eu joguei a visão que era pra tu ficar pianinho na base, então era para ficar mec. Mas tu fez o que? Agiu na maldade comigo e me desrespeitou mandando gente pra lá. Você pode ser da família e chegado meu, mas dessa vez não passa, morô? Vou convocar a cúpula e jogar o papo reto, até teus vacilos pequenos vai entrar no meio — chegou mais perto dele, fazendo os narizes quase se tocarem, e mandou um semblante intimidador. Coisa que eu nunca pensei ser possível vindo do Nicolas. — Só vou te mandar o papo uma vez, abraça se quiser. Se você agir com tua irmã assim novamente, tu vai ser cobrado — o moreno soltou o loiro na brutalidade e se afastou com o semblante fechado.

— Nico... — minha mãe começou com a voz trêmula de preocupação, mas na hora o tio cortou.

— Nicolas um caralho, Melinda. Antes de tudo Alemão me deve respeito, bagulho que ultimamente ele tá cagando e andando. Ele vai receber o dele e vai receber calado se não quiser piorar as coisas. Bora Eduarda, que tu encheu o cu de cachaça e pegou muita gente, tem que descascar — era óbvio que ele falou isso para provocar o Oli e vê se ele teria coragem de fazer algo. O que certamente funcionou já que meu irmão fechou os punhos com força e abriu a boca, me fazendo arregalar os olhos em desespero.

Oliver caralho, quando foi que você deixou de ser o sensato?

— Você não vai falar porra nenhuma! — JP tomou a vez novamente e saiu de perto da mãe – que agora parecia mais pálida –, indo em direção ao irmão e o empurrando para fora, mesmo sobre protesto do loiro.

— Qual a putaria na minha cara? — a voz grave do meu pai chegou até mais ouvidos e olhei para o topo da escada, vendo ele apoiado nas muletas com o rosto sério, mas vacilando por um segundo quando olhou para minha mãe.

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