Capítulo 4

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Quando bateu onze horas eu já estava todo trajado e cheiroso descendo para a barreira, onde iria esperar o Demo passar com o carro para segui-los até a Rocinha. Assim que paro na barreira desço da moto vendo Rabiola e aos seus pés um cooler que ele ia levar com umas cervejas e um energético que eu pedi para colocar dentro, JP deu a ideia que a gente só bebe alguma coisa se comparamos fora do baile ou para qualquer lugar que fôssemos, achei mó neurose, mas quem é doido de falar?

-Se liga que a gente vai ganhar um dinheiro a mais e poder curti o baile inteiro.- falou animado quando parei ao lado dele depois de dar uma boa noite para a galera que estava ali. Olhei serinho para ele e cruzei os braços arqueando uma sobrancelha.

-Por quê?- perguntei sem entender e ele deu um sorriso sacana.

-A loira vai ficar o tempo todo no camarote perto de alguém da família.

-Como tu pode ter certeza disso truta? Último baile que ela foi estava na pista.- ela franziu o cenho desacreditado.

-Tu tá brincando né?- neguei.- Então foi o primeiro depois de dois anos.

Quando abri a boca para falar, a BMW preta parou ao nosso lado e o vidro do banco do passageiro desceu, permitindo ver a Patroa e o Demo. Na hora o Rabiola começou a afastar o cooler para ninguém ver, digo é nada.

-Boa Noite.

-Bora.

Os dois falaram ao mesmo tempo, um com um sorriso sutil no rosto e o outro de cara fechada. Devolvi o boa noite e meneei com a cabeça para o Demo. Subi na moto ligando ela e esperei o Rabiola montar para poder seguir o Demo com mais quatro vigia em duas motos.

Caminho até a Rocinha foi demorado por causa do engarrafamento que pagamos, mas quando chegamos valeu a pena irmão, baile estava uma uva, claro para quem ano estava em serviço.

Estacionei a moto e desci depois do outro, ajeitei a peça na cintura e segui a loirinha – não antes de observar que a garota estava gostosa pra caralho dentro de uma blusinha que mostrava a barriga ampla e um short curto, que deveria estar deixando sua rabeta uma delícia, coisa que eu não via por causa da casaco que ela estava usando por cima -  junto com os outro. Já vi que o negócio ia ser ruim quando vi a quadra lotadona e se o tamborete resolvesse descer ia ficar difícil de ver ela entre as pessoas. Cogitei até na ideia de dá uma saída rápida para comprar um binóculos, ou talvez uma coleira.

Subimos para o camarote e enquanto ela ia toda animada falar com a Onça e o irmão, eu me escorava na parede perto de onde eles estavam. Rabiola jogou o energético para mim e levou o cooler com ele, se posicionado não muito longe de onde eu estava.

Abri a latinha e dei um gole. Dormi boa parte da tarde, mas é melhor precaver, se alguma coisa acontecer com essa aí vai sobrar principalmente para mim. Olhei ao redor e percebi que a maioria dos cinco vigias que eram para estar de olho nela, estavam curtindo o baile. Neguei com a cabeça e voltei meu olhar para a loirinha que abraçava a cunhada animada, nunca vi essa garota mostrando tanto os dentes como está agora, se é louco.

Não demorou muito para a ruiva começar a puxar ela e as duas irem em direção ao freezer que tinha no camarote, mas na hora o Alemão barrou as duas e apontou para o outro lado do camarote, onde tinha outro freezer e disse alguma coisa próximo dos ouvidos dela. Ambas assentiram e foram até lá pegar bebida. A ruiva logo deu um gole grande, mas a Americana estava hesitante, olhava da bebida para o Alemão que a encarava de braços cruzados. Ela pareceu perceber que alguém estava a olhando e logo desviou o olhar para mim, franziu o cenho e depois olhou para a garrafa tomando um gole grande. A Bruna riu e deu pulinhos enquanto falava alguma coisa para ela. Rondei o local em que as duas estavam e tomei mais um longo gole do energético quando não vi nada de mais.

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