Capítulo 6: Parte 4

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Maria Eduarda

Tomei meu café com a boca salivando por pippos de cebola com salsa e já estava tirando o dinheiro da capinha do celular para entregar a algum vapor, porque minha disposição para sair de casa estava mais baixa que o chão e na moral mesmo, não queria sair de casa para ver um bando de macho subindo e descendo com fuzil nos ombros, pensando que são os fodões.

-Ô MADU!

-FALA.- gritei de volta já indo na direção da porta.

-VAI LÁ NO MERCADO COMPRAR AZEITONA.

-VOU MANDAR UM VAPOR.

-Eu estou mando você ir, colega.- ela apareceu no topo da escada e me fitou com as mãos na cintura.

-Mas mãe, eu não quero sair de casa e eles estão aí para obedecer.- negou com a cabeça e desejou bom dia para a Sarah que tinha acabado de acordar.

Minha relação com ela estava mó de boas, ela ficava no canto dela e eu no meu, mesmo que por ironia da minha mãe ter colocado ela para dormir no meu quarto. Segundo Melinda era a melhor forma para quebrar esse “gelo” entre nós. Iludida é ela que pensa que isso vai acontecer.

Sarah passou por mim desejando bom dia e eu respondi, até porque sou educada, né!

-Eles estão aí para fazer a segurança da casa, a gente que abusa do medo deles por teu pai. Agora vai logo comprar as azeitonas que é a única coisa que falta para pizza.- disse autoritária e grunhi de frustação.

A merda do copinho com elas ficava na primeira prateleira, o que significa que é muito alto para mim!

-Tu está esperando o que, Eduarda?- aumentou a voz e eu me virei.

-Que meu pai volte pra casa.- murmurei abrindo a porta.

Olhei para fora e já me bateu um desânimo ao observar as ruas paradas e sem os pivetes correndo. Nem me dei o trabalho de dar bom dia aos vapores, ninguém ia me responder mesmo. Andei até o portão e logo passei por ele, tendo Rabiola e Tatá ao meu encalço.

-Já está pensando em uma forma da gente jogar baralho?- perguntei ao Rabiola que estava a minha direta e um metro atrás de mim.

-Tô pensando aqui como eu pego a filha do pastor sem dá B.O. para mim.- indagou fazendo careta e eu ri baixinho.

Olhei de soslaio para o Tatá a minha direta e vi que ele estava sério, com a cabeça longe.

-Se ainda estivesse acontecendo os cultos a noite, eu daria a dica de pegar ela nesse meio tempo. O pai manda ela vir para casa mais cedo, com medo que algum tarado a ataque de noite.- olhei para ele e vi seus olhos brilharem em malicia, mas então um pouco desse brilho evaporou.

-Medo está atrapalhando legal meus esquemas.- falou indignado e eu apenas dei um sorriso de lado.

Não conseguia acreditar que ele teve a coragem de fazer isso, meu pai considerava ele pra caralho e eu gostava dele. Mó trairagem.

-Ele invadiu mais alguma comunidade?- o moreno negou.

-Até agora só o Adeus e a Baiana, mas nem me pergunta muita coisa, só sei o que falam por aí. GM que está ligado nos conformes.- desviei meu olhar para o último e ele balançou a cabeça em negação.

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