Reação Química (Cophine)

45. Mistakes

-FELIX!! -Delphine gritou demonstrando total desespero em sua voz, qualquer sinal de embriaguez que ainda lhe restava, havia simplesmente sumido e ela estava suando frio com a cena que lhe atormentava mais que o usual, já que ela é médica e está acostumada com episódios bem piores no hospital. Felix estava caído no chão da pista de dança mais pálido do que nunca, completamente inconsciente e cercado de gente tentando reanimá-lo ou apenas com curiosidade ao vê-lo naquele estado.

A loira se abaixou ficando ao lado do amigo e tentava todo tipo de informação possível com as pessoas ao seu redor sobre o que tinha acontecido com ele, naquele momento a música tinha abaixado e dois bombeiros se aproximaram fazendo todo mundo se afastar deles, inclusive Cosima. Delphine avisou que era médica e os socorristas deixaram que ela continuasse ao lado dele.

-Anda Felix, acorda. -Delphine tinha a lanterna do celular ligada e olhava as pupilas dele, mas nenhuma das duas respondia a nenhum tipo de estímulo. O certo seria elas diminuírem de diâmetro com a luz forte, mas não foi o que aconteceu com Felix, seja lá o que ele tenha feito pra ficar daquele jeito, ele simplesmente não respondia a nada.

Mais algumas coisas foram feitas na esperança de trazê-lo de volta à consciência ou demonstrar pelo menos algum estímulo, mas nada acontecia, seu corpo parecia estar em um estado de inconsciência profunda, muito parecido com um coma.

-Melhor levar ele o mais rápido possível pra o hospital, o pulso dele tá ficando cada vez mais fraco. -disse o bombeiro chamado Miller que estava ao lado de Delphine lhe ajudando nos primeiros socorros enquanto o outro mantinha as pessoas afastadas.

-E se não der tempo? A gente nem sabe o que de fato aconteceu pra ele apagar dessa forma. -ela disse preocupada e imaginava centenas de coisas que poderiam ter acontecido.

Felix foi virado de lado pra evitar qualquer tipo de engasgo e Delphine mantinha os dedos em seu pescoço sentindo sua pulsação que realmente já estava fraca demais.

-Você tava com ele, não tava? O que vocês beberam? -o bombeiro perguntou.

-Absinto. 84% de álcool. -Delphine confessou e se fosse em outro momento ela teria até vergonha de divulgar aquela informação de tamanho desleixo com a própria saúde, mas naquela situação ela nem pensou em nada.

-Tá explicado, por isso ele entrou em um coma alcoólico. Essa bebida é perigosa, não sei porque as pessoas ainda ingerem isso como se fosse água, sem ofensas. -ele disse lembrando que a loira a sua frente também tinha bebido. -É só que eu vejo isso quase todos os dias.

-Você tá certo. -Delphine disse na hora. -Mas, o problema ainda não é a bebida, são as pessoas que não sabem a hora de parar. Mas, tem algo estranho aqui, os outros amigos dele beberam a mesma coisa e pareciam bem, só ele ficou assim. Além de que, o nariz dele tá escorrendo muito e ele parece febril, isso não é sintoma de coma alcoólico.

-Verdade, pode ser sintoma de intoxicação por alguma droga. Vocês consumiram alguma coisa? Eu não tô aqui pra julgar... -Miller dizia.

-Eu não, mas... não sei, não vi ele consumindo nada além da bebida, mas a gente precisa saber pra poder tratar o quanto antes. Não faço ideia se foi alucinógeno, depressor ou estimulante. Apesar que como ele não está convulsionando eu arriscaria dizer que é um dos dois primeiros.

-Cadê os amigos dele que você falou? Eles não saberiam dizer?

-O que você acha? Sumiram assim que me viram. Eles não são bem amigos de verdade, se conheceram hoje.

-Típico... então realmente tem algo aí pra eles terem fugido.

-Mas... -Delphine dizia varrendo o local em busca de Cosima. Ela pediu para que o bombeiro a deixasse se aproximar e ele lhe deu passagem.